Perigo
Banho no Lami: é divertido, mas oferece riscos
Após nova divulgação de análise da qualidade da água, Diário Gaúcho ouviu banhistas que estavam no Lami.
Se os banhistas do Lami seguissem a orientação da placa fixada na entrada da praia, os salva-vidas da Operação Golfinho passariam o dia de braços cruzados. Mas, na sexta-feira, um dia depois da divulgação dos resultados da análise de balneabilidade nas praias, feita semanalmente pelo Dmae, os salva-vidas seguiam de olhos fixos em crianças e adultos que se refrescavam numa água imprópria para banho.
- A placa não impede o banho. O calor é demais - observou a auxiliar escolar Denisete Vicente Amaral, 37 anos.
De seis postos, só dois estão bons
Por volta das 9h de sexta-feira, ela e o pai, o vigilante Adelício Antônio Ferreira do Amaral, 62 anos, colocaram a criançada no carro e saíram da Restinga rumo ao Lami. Nem a chuva que caiu no meio da tarde diminuiu a animação da família.
- Eu adoro praia! - disse o pequeno Davi, cinco anos.
Para controlar o caçula e mais as netas Kassiane,
12 anos, Kalita e Júlia, ambos de oito anos, Denisete e o pai se revezaram no banho.
- É estranho (estar imprópria) porque agora ela parece estar mais clara do que antes - contou Adelício.
Os três postos da Praia do Lami estão impróprios para banho. Em Belém Novo, só duas áreas estão habilitadas: Leblon e Veludo.
Entenda como é feita a análise
A Smam
faz o monitoramento dos balneários durante o ano todo. De abril a outubro, o levantamento é mensal. Entre novembro e março, é semanal. De acordo com a gerente de gestão ambiental e tratamento de esgoto do Dmae, Iara Conceição Morandi, a análise atende a uma legislação do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama).
- A coleta é feita aos domingos, dia de maior movimento. A equipe registra a presença de banhistas e animais na praia.
Para chegar ao resultado, é avaliado um conjunto de cinco amostras. O Conama estabelece que 80% dessas amostras devem apresentar um número de Escherichia coli (coliformes fecais) não superior a 800 NMP a cada 100ml e que, na última amostragem, esse valor não ultrapasse 2 mil NMPs. A Smam não divulga os índice das praias do Lami e de Belém Novo.
Lista de problemas de saúde é grande
Infectologista da Santa Casa, Cynara Carvalho Nunes afirma que é recomendado seguir a orientação das placas sobre balneabilidade. Quem se aventura em águas impróprias está sujeito a infecções intestinais, diarreia, hepatite A, amebíase e verminoses por conta da possível ingestão da água contaminada.
O engenheiro químico Fabiano Porto da Fontoura, da equipe de controle e combate da poluição hídrica e atmosférica da Smam, explica que a poluição chega ao Guaíba levada pela chuva, que arrasta todo o lixo e esgoto sobre a superfície. Córregos e arroios que desaguam no Guaíba, (como o Dilúvio), se estiverem com lixo, comprometerão o banho de praia. Esgotos irregulares contribuem para o agravamento do caso.
Análises de balneabilidade
17 de janeiro
Praia de Belém Novo
Posto 1 (Leblon): próprias
Posto 2 (antigo Restaurante Poletto): impróprias
Posto 3 (Veludo): próprias
Praia do Lami
Posto 1: impróprias
Posto 2: impróprias
Posto 3: impróprias
10 de janeiro
Praia do Lami
Posto 1 (Extremo Sul): próprias
Posto 2 (diante da Rua Luis Feula): impróprias
Posto 3 (Rua José Bernardes): impróprias
Praia de Belém Novo
Posto 1: próprias
Posto 2: impróprias
Posto 3: próprias