Foi uma panela de pressão por R$ 7 que levou a auxiliar de cozinha Gisiane Soares da Silva, 28 anos, a encarar a multidão que tomou conta de uma loja de eletrodomésticos na Capital, na sextafeira.

As mais de 700 lojas da rede espalhadas pelo país abriram as portas às 6h e ofereceram produtos até 70% mais baratos. Desde a virada do ano, o consumidor vem sendo seduzido por inúmeras ofertas, estratégias que o comércio lança mão para manter o mesmo desempenho do mês de dezembro.

Quando Gisiane chegou à loja da Rua Doutor Flores, no Centro, o estoque de panelas havia acabado. Mas a auxiliar de cozinha não perdeu a oportunidade: comprou utensílios domésticos, de beleza e brinquedos para toda a família. Na promoção do ano que vem, ela pretende voltar para buscar a batedeira, o forno elétrico e o micro-ondas.

- Foi a primeira vez que eu vim. Nem ia comprar nada, mas vale muito a pena. Não imaginava que fosse tão barato - disse Gisiane, ao lado de uma pilha de caixas com um liquidificador, duas cafeteiras, uma chapinha, um secador, dois aparelhos de babyliss, uma máquina de cortar cabelo, um celular, uma Barbie, três laptops infantis, um violão e uma guitarra infantis.

Promoções não esvaziam o Liquida

Tanto a Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL) quanto o Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas) explicam que trata-se de uma tendência americana de realizar liquidações no início do ano e que o Brasil vem acompanhando.

- Em dezembro se vende o dobro de um mês normal. Em janeiro e fevereiro é época de praia, em que o consumo cai na cidade - observa o vicepresidente do Sindilojas, Paulo Kruse.

Para o vice-presidente da CDL, Alcides Debus, passado o Natal, as lojas não querem diminuir as vendas e algumas abrem mão da margem de lucro e, eventualmente, até trabalham no prejuízo, para fisgar o cliente. Segundo ele, essas liquidações pontuais não esvaziam o Liquida Porto Alegre, que este ano chega à 17ª edição, previsto para fevereiro na Capital.