Lição às avessas
Comprar material escolar na véspera sai caro
Pais que deixaram para comprar na última hora não conseguem pesquisar preços e correm risco de pagar mais
Os pais que deixaram a aquisição do material escolar para a última hora estão "ensinando" aos filhos uma lição de como não fazer: comprar na véspera é sinônimo de risco de gastar mais. Com o ano letivo na rede pública batendo à porta (aulas começam amanhã), a falta de tempo para pesquisar os preços mais baratos pode render aos pais uma nota zero em economia doméstica.
Com o carrinho cheio de mochilas, cadernos, lápis de cor e outros itens, a auxiliar de serviços gerais Graciela Motta, 31 anos, do Bairro Rubem Berta, foi ontem garantir o material para os filhos de 14, 12 e seis anos.
- Queria ter ido à feira no Mercado, mas acabei nesse apuro. Recebi o Bolsa Família (R$ 280) e viemos comprar. Trago elas (filhas Rosa Gabriela, 12 anos, e Elisa, seis anos) para aprenderem que a gente tem de economizar - contou a mãe, que pretendia pagar a conta à vista.
Graciela tomou um susto com o preço:
- Quase caí para trás. Estou quebrando a cabeça para saber como vou escolher, penso no preço e na durabilidade.
Das férias para o supermercado
Já a cabeleireira Liliana Guzmán, 40 anos, mal chegou de viagem com a família e teve de encarar o setor de papelaria de um supermercado. Ela precisava comprar o material dos filhos Franco Gabriel, dez anos, e Priscila, sete anos, que iniciaram o ano letivo ontem.
Para ganhar tempo, ela dividiu a tarefa com o marido e percebeu que os preços estão mais altos.
- É a primeira vez que compro no supermercado. Vim porque vou aproveitar para pagar com cartão. Estou levando o básico, para arrancar o ano - disse Liliana.
Ela veio para finalizar compras
A técnica de enfermagem Adriana Rosa da Silva, 42 anos, também foi ao súper, mas para zerar a lista do material da filha de 11 anos e de uma afilhada de 13 anos.
- Já comprei um pouco numa papelaria. Sempre divido a lista e faço pesquisa. Agora, vim buscar o que estava faltando - concluiu Adriana.
Súper atrai pelas facilidades
A proximidade de casa e do trabalho, as formas de pagamento e a conveniência de adquirir o material escolar junto com outras compras para a casa são, conforme a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), alguns motivos que levam pais a optarem pelo súper no lugar de papelarias e livrarias.
O presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, afirma que a expectativa de crescimento é de 9% nas vendas do setor para o evento, na comparação com a volta às aulas do ano passado.
Preços
De acordo com os dados coletados pela Agas junto aos supermercadistas gaúchos, os preços da seção de papelaria, neste ano, estão em média 5% superiores ao período em 2012. Confira a variação:
Linha para escrita (caneta, lápis): +5%
Linha para Colorir (lápis de cor, canetas hidrográficas e tintas): +3%
Cadernos: +8%
Papel A4: +7%
Mochilas e pastas: 0%
Segundo pesquisa da Agas
63,5% dos produtos de papelaria e material escolar comprados no período serão adquiridos para os filhos.
30% dos itens típicos de volta às aulas serão comprados para uso próprio.
Pelo menos 75% dos cadernos vendidos no súper serão de personagens infantis licenciados ou ídolos dos jovens.
Feira até sábado
Quem quiser aproveitar a 23ª Feira do Material Escolar da Capital, no Mercado Público, deve correr porque o atendimento termina no sábado. A feira funciona de segunda a sexta, das 9h30min às 19h, e no sábado, das 9h às 18h.
Há cestas básicas com materiais dos primeiros três anos do ensino fundamental e outra dos demais anos do fundamental e do médio. Cada uma custa R$ 11,50.