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Conclave

Sai hoje o novo papa?

Processo de escolha do próximo papa começa hoje no Vaticano. Em Viamão, seminaristas falam sobre os rumos da igreja e a eleição do sucessor de Pedro

12/03/2013 - 07h46min

Atualizada em: 12/03/2013 - 07h46min


Juliano, Kaue, Manoel e Anderson (D) são seminaristas em Viamão

A definição do novo líder da Igreja Católica é acompanhada de modo especial por um grupo de seminaristas gaúchos. Enquanto os 115 cardeais decidem a partir de hoje o nome do papa que irá substituir Bento XVI, alunos do Seminário Maior Nossa Senhora da Conceição, de Viamão, discutem os rumos da igreja que eles pretendem encontrar após o conclave no Vaticano.

Ontem, o pedido de renúncia de Joseph Ratzinger completou um mês. Para os seminaristas Manoel Scheimann, 40 anos, Kaue Antonioli, 26 anos, Juliano Heck, 24 anos, e Ânderson Barcelos, 19 anos, a surpresa na decisão do pontífice alemão foi relativa, já que ele havia manifestado essa posição antes.

- Ninguém esperava que o Papa fosse renunciar, mas acreditamos que a causa tenha sido somente os problemas de saúde - afirmou Ânderson, evitando questões polêmicas para destacar a postura de Bento XVI em reafirmar a fé na igreja.

Aprimorar o uso da internet

Kaue Antonioli, que viu o pontífice alemão no Mosteiro de São Bento (SP) durante a Conferência Episcopal de Aparecida em 2007, acha que é preciso aprimorar o uso de ferramentas como a internet para aproximar a igreja dos jovens. Redes sociais como facebook e twitter devem ser utilizadas cada vez mais para propagar a fé cristã.

- Até porque a matéria da fé não muda. Deus não ama o pecado, mas ama o pecador - disse Kaue, lembrando citação do papa João Paulo ll ao assumir como líder da igreja católica, em 1978.

Sem torcida especial

Os religiosos dizem que as pessoas não querem mais o bem espiritual em suas vidas, viver uma transcendência. Elas aderem à fé de maneira diferente: o catolicismo de tradição passou a ser seguido por opção.

Sobre o futuro papa, os quatro acreditam que o gaúcho Dom Odilo Scherer tem a mesma chance de todos que estão lá. No entanto, o fato de o Brasil ser o país com o maior número de católicos no mundo e de sediar a Jornada Mundial da Juventude em julho, no Rio de Janeiro, pode pesar.

- Não se pode esquecer que há 35 anos não temos um papa italiano. O último foi João Paulo I, que ficou pouco mais de um mês no cargo - adverte o seminarista Manoel Scheimann.

Por dentro da Capela Sistina

O ritual

115 cardeais de 50 países entrarão na Capela Sistina, local da eleição do 266º papa, às 16h30min local (12h30min de Brasília).

Após as litanias (forma de oração) e o canto do "Veni Creator Spiritus", com o qual invocarão a ajuda do Espírito Santo, eles procederão o juramento pelo qual se comprometerão a manter o sigilo de tudo o que se diga ou faça durante o conclave.

Depois, o mestre de cerimônias pontifícias, Guido Marini, pronunciará a frase "extra omnes", e todos os alheios ao conclave sairão da capela.

Antes de começar a votação está prevista uma meditação por parte do cardeal maltês Prosper Grech sobre os problemas da Igreja e a escolha do papa.

Depois começará a fase de votação.

Fumaça branca ou preta?

Hoje ocorrerá a primeira votação e a primeira fumaça, que anuncia ao mundo se há ou não um novo papa. Se houver pontífice, ela será branca e, caso contrário, preta.

Se assim acontecer, para a quarta-feira, haverá duas votações de manhã e outras duas à tarde.

Votos necessários

Para ser eleito papa é necessário obter dois terços dos votos dos cardeais eleitores em todas as votações. Como o total é de 115, será preciso receber 77 votos.

Histórico

Bento XVI foi eleito em 19 de março de 2005, na quarta votação, ao final do segundo dia.

João Paulo II, no dia 16 de outubro de 1978, precisou de oito votações.

João Paulo I, em 26 de agosto de 1978, sagrou-se papa no quarto escrutínio.

Gaúcho entre os mais cotados

A imprensa especializada em Vaticano aponta um trio favorito. O gaúcho Odilo Scherer, natural de Cerro Largo, é descrito como um cardeal jovem para os padrões: 63 anos. Ontem, foi revelado um vídeo seu falando sobre os bastidores do conclave:

- Quero convidar a todos para se unirem em orações nestes dias. E depois na acolhida àquele que for escolhido como sucessor de Pedro. O clima no colégio de cardeais está sereno, fraterno e com reflexões muito proveitosas.

O europeu mais cotado é o arcebispo de Milão, o italiano Angelo Scola, 71 anos, um dos maiores teólogos da Igreja atualmente. Em torno dele, se reúne a maioria dos cardeais italianos, a maior representação no conclave, com 28. O terceiro citado é o canadense Marc Oullet, homem de confiança de Bento XVI.

Há outros quatro brasileiros no conclave: Cláudio Hummes, 78 anos, Geraldo Majella Agnelo, 79 anos, Raymundo Damasceno Assis, 76 anos, e João Braz de Aviz, 64 anos.


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