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Vidas (re) conectadas

A presença da internet em nossas vidas, segmentada cada vez mais pelas redes sociais, mexe com a memória e transforma lembranças passadas em encontros da vida real

19/03/2013 - 07h37min

Atualizada em: 19/03/2013 - 07h37min


Perfil na rede social ajudou Nelia (C) a reencontrar mãe e irmão

O Facebook dá provas disso a toda hora. No site, reencontramos amigos dos tempos de escola, colegas de trabalho e parentes que há muito não víamos. Pessoas de nossas relações cujo contato se perdeu na poeira do tempo.

Baú de recordações

É por isso que os olhos brilham e o coração dispara quando revemos algo que nos toca por alguma razão ou motivo especial. Ver uma foto postada ou o nome da pessoa que acabou de curtir alguma coisa que você publica na rede social pode abrir um baú de saudáveis recordações. E foi exatamente isto que ocorreu com a paraense Neila Assunção Bezerra, 37 anos. No domingo, graças ao Facebook, ela pôde rever a mãe e um dos irmãos após 22 anos de separação.

Laços partidos

Natural de Santarém, Neila vivia com a família numa comunidade ribeirinha. Na localidade, à beira do Rio Tapajós, havia apenas um telefone público. Nos anos 90, ela começou a trabalhar como empregada doméstica na casa da família de um homem que se elegeu deputado federal. Seguiu com eles para Brasília, separando-se da família que ficou no Pará. Mantinha contato com eles por ligações para o orelhão.

Telefone ficou mudo

Em Brasília, Neila se casou e teve quatro filhos. Um belo dia, as ligações telefônicas não completavam mais e as cartas enviadas começaram a voltar. A vida seguiu sem notícias da família e com um novo rumo na sua vida.

Neila se mudou com o marido e os filhos para Porto Alegre.

- Minha cunhada criou um perfil pra mim no Facebook. Em seguida, fui localizada por um amigo do meu irmão, que avisou a todos lá - disse.

Contato pelo Face

Sem a ajuda da internet e o apoio financeiro do proprietário do hostel (albergue) da Capital, onde Neila trabalha como camareira, o reencontro não teria sido possível.

Ontem, na casa da filha no Bairro Bom Jesus, a mãe Elpídia Bezerra, 65 anos, e o irmão Manoel Gilberto Bezerra, 31 anos, eram só alegria. Afinal, depois de 22 anos de espera, a família estava novamente (re)conectada.

- Tinha a impressão que ela não existia mais, mas com a ajuda dessa maquininha aí (o computador) conseguimos achá-la - disse Elpídia.


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