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A vez do feijão na panela da inflação

Grão pode ser o vilão nas próximas semanas. Segundo IPC, preço subiu 5,06%

22/04/2013 - 07h19min

Atualizada em: 22/04/2013 - 07h19min


Grão deve ser o novo vilão, depois do tomate

A refeição do dia a dia do brasileiro deverá continuar cara. Depois do aumento da salada puxado pela disparada do preço do tomate, será a vez do arroz com feijão pesar no orçamento do consumidor.

É que, segundo o economista e sócio-diretor da Global Financial Advisor, Miguel Daoud, o tomate pode sair de cena na pressão inflacionária de hortaliças e verduras, mas o feijão tomará o lugar de vilão ao longo das próximas semanas. Segundo mostrou o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), na segunda quadrissemana, período de 30 dias encerrados no último dia 15, o preço do feijão subiu 5,06%.

Segundo o especialista, o aumento de preço está ligado ao fato de o governo, via Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), não ter reunido condições para fazer preço mínimo (estocagem) no ano passado. Isso ocorreu porque o preço do saco de feijão no atacado permaneceu durante todo o ano de 2012 acima do preço do mínimo.

- Uma inflação desta natureza acaba se espalhando porque atinge o orçamento das pessoas comuns. Quando a sensação de inflação está apenas com os agentes econômicos, o ministro da Fazenda ou o presidente do Banco Central falam e as expectativas acabam sendo controladas. Mas quando atinge a população, não adianta - observou Miguel.

Saiba mais

A expectativa é de que a safra 2012/2013 poderá chegar a 2,987 milhões de toneladas de feijão, um pequeno aumento de 2,3% em comparação com 2,919 milhões de toneladas no período anterior.

No Paraná, maior produtor de feijão no país, o preço da saca de 30kg do grão subiu 25,85%, para R$ 154,66, no período de 8 a 11 de abril em relação ao acompanhamento da semana anterior.

Além disso, a Conab informou que a produção do feijão tende a ser menor nos próximos levantamentos, em razão do "clima chuvoso no Sul do país e seco no Nordeste".


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