Atrasos
Camelódromo da Restinga ainda não tem prazo para inauguração
Novela envolvendo local que vai concentrar as bancas de ambulantes no bairro da Zona Sul da Capital se estende por mais de três anos
Passou o Natal, 2013 chegou, já estamos em meados de abril e o camelódromo da Restinga ainda segue em obras. A última data prevista para inauguração, março, obviamente não foi cumprida. E agora não há prazo estimado.
O coordenador da divisão de desenvolvimento econômico da Smic, Rinaldo Simões, explica que está sendo finalizado um projeto complementar da obra - que prevê instalações, cercamento etc - e alguns itens poderão necessitar de licitação. Por isso, é arriscado estimar uma data.
- Precisamos desses ajustes, e isso não poderia ter entrado no projeto principal, porque são etapas - esclarece.
Camelôs reclamam
O coordenador destaca ainda que outros órgãos municipais precisam participar da obra. Falta, também, realizar a licitação das bancas. Mas, apesar dos atrasos, Rinaldo acredita que a construção está bem avançada.
O que se vê, na prática, são as estruturas metálicas erguidas e com parte da cobertura instalada. E isso não parece agradar muito aos camelôs da região, conforme explica o representante dos ambulantes da Estrada João Antônio da Silveira, Alfredo Pereira.
- A gente acha que ficou muito alto, muito aberto, bem diferente da planta imaginada. O pessoal não quer nem ir para ali - conta.
Ele relata que os colegas estão preocupados com a segurança das mercadorias, se o camelódromo ficar nesse formato. Além disso, o tamanho das bancas teria sido diminuído. No total, deverão ser de 40 a 45 estandes.
- Vai ficar pior do que nós estamos. E não sabemos quando vai mudar - lamenta.
Cronologia dos atrasos
31/3/2010: a Smic lança o projeto do Centro Popular de Compras da Restinga, a ser erguido na Avenida Nilo Wulff, esquina com a Estrada João Antônio da Silveira. Segundo o projeto, são 53 boxes - 45 lojas, três bancas de frutas e verduras e cinco espaços para lancherias. A previsão era de módulos de 2m por 2,5m, de aço galvanizado. Telhado e estrutura metálica seriam reaproveitados do terminal de ônibus da Praça Rui Barbosa. A obra foi orçada em R$ 600 mil.
17/11/2010: o projeto ainda não havia saído do papel. Estava aprovado, em fase final de liberação.
12/7/2011: freteiros que utilizavam como estacionamento a área na qual seria construído o Camelódromo da Restinga protestaram e pediram a definição de um local adequado para oferecerem o serviço de frete.
18/8/2011: são iniciadas as obras com o cercamento do terreno e a colocação dos tapumes. A previsão da Smic era de que a obra estaria pronta entre 150 e 180 dias.
24/2/2012: parte das telhas usadas como tapume havia sido arrancada e o cenário era de abandono. Na época, a reportagem apurou que o projeto havia sido encaminhado para empenho (autorização para abertura de licitação) da Secretaria Municipal da Fazenda. Depois, a planta sofreu alterações por causa de um problema técnico. O novo projeto já havia sido aprovado pela Secretaria de Planejamento e aguardava liberação do Demhab, proprietário do terreno.
17/5/2012: no começo do mês, operários iniciaram os trabalhos de construção do Camelódromo com as fundações e a execução dos pilares da obra de 1.837 metros quadrados. O projeto, reformulado devido às limitações do terreno, passou a ter 49 bancas e dez vagas de estacionamento. A previsão de conclusão era outubro.
12/12/2012: a previsão de que o Camelódromo poderia estar pronto até a primeira semana de dezembro não se confirmou. Foi incluída ao projeto modificado a construção de muro, além do projeto elétrico das bancas. De R$ 600 mil, a obra passou a custar mais de R$ 800 mil. A Smic, na oportunidade, disse que a estrutura reaproveitada de um terminal de ônibus teve de ser revitalizada. A nova previsão de conclusão era janeiro, com a transferência dos camelôs em fevereiro e inauguração em março.