Água na boca
Chegou a hora da bergamota, a fruta que é a rainha do frio
Variedade Japonesa, que agrada pelo sabor doce e por não ter semente, já está à venda na Capital
Tradicional parceira das tardes ensolaradas de inverno, a bergamota já ganhou as ruas e as gôndolas de supermercados antes do primeiro minuano. É a bergamota da variedade Japonesa, conhecida por não possuir semente.
O feirante Ederaldo Ferreira, 44 anos, tem 35 anos de experiência na, e conta que há três anos comercializa este tipo de fruta.
- Já estou vendendo há um mês. O pessoal, às vezes, fica meio desconfiado porque a casca é mais verde, confunde com a Ponkan, mas é uma qualidade que é doce, vende bem - explica Ederaldo, cuja banca funciona na Rua Siqueira Campos, no Centro da Capital.
Quilo varia de R$ 1 a R$ 1,67
Cada sacola com seis bergamotas custa R$ 2. A fruta vem da cidade de Harmonia (a 80km de Porto Alegre).
- Geralmente, eu compro bergamota. É docinha, mas não tem o mesmo gosto da Caí - opina a estofadora Marli Naressi, 55 anos.
O presidente da Ceasa-RS, Paulino Olivo Donatti, confirma que a bergamota do tipo Japonesa já está sendo comercializada na cooperativa. O preço do quilo varia entre R$ 1 e R$ 1,67. A época agora é, também, do caqui (preço médio do quilo entre R$ 1,50 e R$ 2).
É a preferência da mulherada
De acordo com o engenheiro agrônomo da Emater Derli Paulo Bonine, há uma sequência de variedades de bergamotas que estão entrando em produção agora. A maior concentração ocorre entre os meses de junho e setembro. A Japonesa é conhecida pela precocidade. É cultivada há 20 anos no Estado.
- Não tem semente. É uma variedade cultivada no Japão, resistente ao frio e à doença (cancro cítrico). As mulheres preferem porque ela não tem cheiro forte, por ter pouca acidez na casca - explica Derli, ensinando que a variedade deve ser consumida com a casca verde, quando o sabor é mais agradável.
Família graúda
- Depois da Japonesa, é a vez da Ponkan, a tangerina mais consumida no país, conhecida pela doçura. Sua casca e gomos são soltos. O apreciador dessa bergamota poderá esbaldar-se a partir de meados de maio - as que encontrar antes disso são provenientes de Minas Gerais, ou até mesmo do Norte do país.
- Na sequência, entra o grupo das comuns: Caí (no resto do país é conhecida como Mexerica), Pareci e Montenegrina. A Caí já pode ser encontrada a partir de
15 de maio, até junho e julho. A Pareci é considerada de transição, aparece no mês de agosto. Já a Montenegrina vem no final de agosto e fica até o mês de novembro. É o tipo vendido para o resto do país.
- A Murcott (de casca fina, grudada à fruta, doce) é colhida na época da Montenegrina e também se estende até novembro e, em alguns casos, até princípio de dezembro.
O Vale da fruta
Conforme o engenheiro agrônomo Derli Paulo Bonine, três em cada quatro bergamotas colhidas no Estado são do Vale do Caí (Montenegro, Harmonia, Pareci Novo, São Sebastião do Caí). Ele explica o porquê do gosto da gauchada pela Caí:
- No Rio Grande do Sul, gostamos da fruta mais ácida. Esta é o tipo que equilibra acidez e doçura. É bem "cheirosa".