Notícias



Festa de São Jorge

O dia de todos os guerreiros

Hoje é dia de homenagear o santo que está sempre pronto a proteger seus devotos, dando-lhes coragem para enfrentar as batalhas do dia a dia

23/04/2013 - 08h26min

Atualizada em: 23/04/2013 - 08h26min


Hoje é dia de render homenagens ao santo lutador

São Jorge não se assusta diante das dificuldades, não teme os perigos, não esmorece. É a força que os fiéis procuram para superar as perdas, as tristezas, os problemas.

E este dia 23 de abril tem um motivo a mais para ser comemorado na Capital: a Paróquia São Jorge, no Partenon, completa 60 anos. Um espaço para expressar a fé, pedir e agradecer.

Zelo pela família

Uma sólida história de devoção que já atravessa três décadas aproxima a dona de casa Rosa Maria Cannini, 55 anos, do Santo Guerreiro. A fé em São Jorge é de família e trouxe conforto em diversos momentos.

- Graças a ele eu consegui superar uma perda familiar - recorda.

Para Rosa, é na batalha diária de cuidar das pessoas próximas que o santo é a sua fortaleza:

- Eu peço proteção para os meus filhos, pela faculdade deles, para eles ficarem longe das drogas e de qualquer mal.

Pelo menos uma vez por mês, a moradora do Bairro Menino Deus vai até a paróquia para fazer as suas preces e agradecimentos.

Proteção no trabalho

O dia a dia de trabalho da técnica de Enfermagem Isabel Adriana Petry, 55 anos, está bem protegido. Funcionária há 19 anos do Hospital Psiquiátrico São Pedro, vizinho à paróquia, ela tem uma relação forte com São Jorge, principalmente nas batalhas profissionais:

- A gente passa aqui e se protege. Vários colegas dizem, em um plantão pesado, "ainda bem que São Jorge estava comigo".

A rotina de trabalho só fortaleceu uma crença que tem origens na infância, quando Isabel lembra de ter acompanhado a avó em um trajeto de bonde até a igreja.

Por que São Jorge?

O pároco Paulo José Dalla Rosa conta que, há 60 anos, a igreja era uma pequena capela de madeira dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Quando o então cardeal Dom Vicente Scherer visitou o local e observou que era uma região com vários quarteis, sugeriu a homenagem a São Jorge, padroeiro dos militares.

- São Jorge é de todos que nele acreditam. E ele nos leva a Jesus Cristo - emociona-se.

A batalha diária

A expressão do funcionário público Carlos Alberto Sutil, 45 anos, contemplando a imagem de São Jorge, revela que ele se sente em casa na paróquia do Partenon. Umbandista, ele representa bem o sincretismo religioso do santo, que congrega fiéis de outras religiões.

- É um santo mais próximo do dia a dia, que nos protege em todos os caminhos - diz o morador de Alvorada.

Carlos atribui a São Jorge (Ogum, na umbanda) o ânimo para levantar todos os dias e batalhar pelo pão de cada dia.

A nova porta

Entre as ações comemorativas dos 60 anos da igreja está a substituição da porta, que agora conta com símbolos que ajudam a contar a história da paróquia. A campanha contou com o apoio de toda a comunidade, e agora o acesso central tem imagens do Sagrado Coração de Jesus, antigo nome da capela, o busto de Dom Vicente Scherer, que sugeriu o novo nome e, logo abaixo, os símbolos do Exército e da Brigada, que motivaram a homenagem a São Jorge, quarta imagem presente.

Programação

Paróquia São Jorge (Avenida Bento Gonçalves, 2948, Partenon)

Hoje, haverá missas a cada duas horas, das 8h às 20h.
Ao final da última missa, será realizada a 4ª Procissão Luminosa.

No domingo, dia 28, a concentração para as celebrações é na esquina da Avenida Aparício Borges com a Rua Manoel Vitorino.

A partir das 9h30min, show de samba com Marquinhos Sathan e grupo Bom Partido.

A missa campal será às 10h, celebrada pelo arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings.

Depois da missa, será realizada a procissão. A saída será da Avenida Aparício Borges, seguindo pelas ruas João Bonuma, Ferreira de Araújo, Manoel Vitorino e Aparício Borges.

Ao meio-dia, galeto e churrasco na igreja, seguidos de festejos populares durante a tarde.

Quem é ele

São Jorge, o Santo Guerreiro, nasceu em 280 d.C., na antiga Capadócia, região que hoje pertence à Turquia.

Aos 18 anos, ele ingressou no exército romano e logo alcançou um alto posto na instituição. Mas, por ser cristão e se recusar a negar sua fé, morreu decapitado aos 23 anos, por ordem do Imperador Diocleciano.

Nas religiões afro, Ogum é o guerreiro vencedor de dificuldades, destruindo inimigos com a sua espada e abrindo os caminhos para aqueles que querem vencer pela paz, pelo amor e pelo respeito.


MAIS SOBRE

Últimas Notícias