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Guia da economia

Cinco reais rende muito no Centro de Porto Alegre

Quando o mês se aproxima do final, é aquela ginástica para conseguir espichar o salário até o último dia. Nessas horas, aquela nota de R$ 5 que mal faz volume na carteira passa a ser vista com mais atenção, parece até valer mais

28/05/2013 - 07h24min

Atualizada em: 28/05/2013 - 07h24min


Engraxate, Selmo garante que o cliente retorna após um serviço de qualidade

Em uma volta no Centro da Capital, a reportagem do Diário Gaúcho descobriu que, com apenas cinco pilas, é possível encontrar produtos e serviços que vão da alimentação à diversão. Com o popular cincão, dá até para comprar um presente para quem se gosta sem comprometer o orçamento.

Aqui ninguém passa fome

Nas lancherias da Praça XV, com cinco pilas no bolso, ninguém passa fome. E, se bobear, até sobra troco! O famoso xis carne está à venda a partir de R$ 3,50. Com um copo de suco a R$ 1, ainda resta uma moeda de R$ 0,50 no bolso.

Esse é um dos carros-chefes da lancheria de Lair José Rempel, 52 anos. Ele conta que, pela manhã, vende bem a combinação de café e pastel por R$ 3.

- No horário de almoço é o que tem mais movimento. É em torno de R$ 5 a média de valor que o pessoal gasta - relata.

Nas outras bancas da região, o valor dos lanches segue a mesma faixa de preço. E o movimento confirma que a economia é o melhor tempero na hora de lanchar!

Som original e do bom

De trilhas de novelas a músicas nativistas, é possível encontrar CDs ao custo de R$ 5 na Via Imports, na Galeria Chaves. O balaio em frente à loja é um baú de surpresas, e atrai curiosos e garimpeiros de preciosidades. Que tal ouvir algo diferente?

- Sempre temos esses CDs em promoção, novos e usados. A ideia é incentivar as pessoas a não comprarem pirata - conta a funcionária Maria de Lourdes Soares de Carvalho, 53 anos.

Os produtos costumam ter boa saída e também funcionam de atrativo para outros itens da loja. Samba, forró, música gaúcha e latina estão entre os principais ritmos oferecidos.

Solução na hora do aperto

Precisa fazer uma cópia da chave de casa? Se você tiver R$ 5 e apenas um minuto disponível, consegue resolver o seu problema na loja de Roberto Nihues, 53 anos, na Galeria Sete de Setembro.

- Esse valor é com tudo pronto, o serviço completo - afirma.

Outra possibilidade é fazer um pequeno conserto no guarda-chuva, como colocar uma ponteira nova, ou comprar alguns tipos de pilhas, tudo ao mesmo custo.

Ler e se divertir

Quem passa pela Praça da Alfândega consegue fazer um rancho na banca de revistas com apenas cinco pilas. Que tal exercitar o cérebro e se divertir com cinco revistas de palavras cruzadas a partir de R$ 1?

- Valores mais baixos são os que giram mais rápido no dia a dia - conta o proprietário da banca, Rafael Maiser, 42 anos.

Ou, então, é possível comprar, por exemplo, uma revista de artesanato (R$ 3,50) e um cartão-postal com belas imagens de Porto Alegre (R$ 1). Ainda sobram R$ 0,50 de troco.

Agrado a quem se ama

Pisou na bola com a amada e quer fazer um agrado? Ou, simplesmente, declarar o seu carinho por alguém especial? Com uma nota de R$ 5, é possível arrancar sorrisos ao oferecer uma rosa embalada com esmero, comprada na Rua Otávio Rocha.

- É um dos produtos que mais sai. Em datas especiais vende muito, mas todos os dias a gente negocia umas dez ou 15 dessas - comenta a funcionária da Márcio Flores, Nilda Garcia, 49 anos.

As opções de cores são muitas, ao gosto do freguês. Do amarelo ao lilás, passando pelo vermelho e o branco, dá para escolher uma bela rosa sem espinhar o bolso.

Um brilho no pisante

Os R$ 5 por cliente que o engraxate Selmo Silva Vargas, 65 anos, recebe pelo trabalho na sua cadeira no canteiro central da Avenida Borges de Medeiros são os responsáveis pelo sustento dele, da mulher e da filha mais nova:

- Tiro o alimento, pago as contas. É um comércio, tem de saber trabalhar.

Ele afirma que prefere cobrar esse valor, que considera um pouco mais acessível, do que crescer o olho e ficar sem clientela. Por dia, calcula atender de 15 a 20 pessoas, muitos já conhecidos.

- Quem engraxa comigo volta. É melhor ganhar menos e ter bastante cliente - ensina Selmo.


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