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Pedido de socorro

Escola Mariz e Barros sofre com depredação na zona norte da Capital

Colégio estadual no Bairro Mario Quintana tem 1,4 mil alunos sem espaços adequados e vivem com medo de incêndios e vandalismo

07/05/2013 - 07h22min

Atualizada em: 07/05/2013 - 07h22min


Protesto de alunos pede um local adequado para estudar

"Como é que vamos deixar as nossas crianças em risco dentro da escola?"

A escola a que a dona de casa e mãe de aluna Carmen Regina da Silva, 46 anos, se refere, é a Escola Estadual de Ensino Médio Mariz e Barros, na Vila Safira, Bairro Mario Quintana. Há um mês, uma das salas da antiga brizoleta, cuja fiação elétrica é antiga, está deteriorada, um perigo para a segurança de dez turmas, sofreu um princípio de incêndio. Já nos prédios novos, foi o vandalismo que se impôs: há vidros das janelas quebrados a pedradas, salas sem porta, paredes danificadas.

Acomodados nos laboratórios

Na manhã de segunda-feira, pais e responsáveis pelos 1,4 mil alunos se reuniram com estudantes e fizeram um protesto em frente à instituição, motivado pelo princípio de incêndio, ocorrido no dia 3 de abril, numa sala de aula, além de outras dificuldades. O trânsito foi interrompido por quase duas horas da Avenida Delegado Ely Correa Prado.

- De manhã, sentimos cheiro de queimado, e aí deslocamos as crianças. À tarde, por volta das 16h, pegou fogo no ventilador - lembra a diretora, Sandra Regina de Aguiar.

Segundo ela, foi enviado ofício à Secretaria Estadual da Educação (Seduc). Mas, 33 dias depois do incêndio, nada foi feito.

- Então, eu resolvi que não vamos mais utilizar as salas porque tenho medo. A fiação é antiga, é um risco para todos - comenta a diretora.

Por conta disso, dez turmas estão sendo prejudicadas. A saída foi acomodá-las nos laboratórios de Ciências e Informática, sala de vídeo e biblioteca.

Uma longa espera

Como o espaço ainda assim é insuficiente, algumas turmas estão tendo apenas duas horas de aula por dia.

- Estamos esperando há um mês que alguém diga se podemos usar a brizoleta. Não temos como falar em qualidade da educação se não temos espaço - lamenta a professora Vania Nunes.

Pai de três alunos, o instalador Alex Sander da Silva, 36 anos, lamenta:

- Não tem como ter aula desse jeito. Por isso, resolvemos fazer a manifestação.

Histórico de problemas

A Escola Mariz e Barros já sofreu com incêndios criminosos. Em agosto de 2008, o Diário Gaúcho noticiou, pela segunda vez naquele mesmo mês, que dependências da escola haviam sido destruídas pelo fogo.

No ano anterior, a depredação e episódios de violência fizeram com que a Brigada Militar tivesse que intervir na região.

Vandalismo piora o quadro

Dentro da escola, o cenário é desolador. Salas com vidros quebrados, portas arrancadas, sem fechaduras, problemas na iluminação. Para completar o quadro, há relatos de tráfico de drogas (inclusive dentro da instituição de ensino), e até assalto a uma aluna já ocorreu.

- Há uma cultura de revolta, de destruir as coisas. Às vezes, dá um desânimo, uma vontade de sair correndo. Mas a comunidade é boa, e o carinho que as crianças têm por mim me faz continuar - desabafa a diretora, revelando que o vandalismo vem de dentro e fora da escola.

"Problema não chegou"

Titular da 1ª Cre, Antônio Quevedo Branco afirma que, à medida que chega da escola um problema como o que ocorreu na a Mariz e Barros, a solicitação é reenviada à 1ª Coordenadoria Regional de Obras Públicas (Crop).

Em relação aos problemas relacionados ao vandalismo e à violência, ele garante que tomará providências.

- Esse problema não chegou para nós, mas faz com tenhamos a necessidade de irmos até a escola fazer uma análise junto com a direção e tomarmos medidas para que a escola não seja vítima. Vou atrás disso imediatamente, para que possamos estabelecer um calendário e debater os problemas - promete Antônio.

Obra emergencial na brizoleta

De acordo com a 1ª Crop, uma engenheira esteve na escola na semana passada. Além de verificar questões do Plano de Necessidades de Obras (PNO), com o qual a Mariz e Barros será contemplada, também viu as condições do prédio no qual houve o incêndio. Segundo o engenheiro Mauro Ribeiro, titular da 1ª Crop, será feita uma obra emergencial na rede elétrica da brizoleta:

- O trabalho emergencial será feito para resolver o problema e proteger a integridade dos alunos.

Até sexta-feira, deverá ser encaminhada a documentação à Seduc para continuidade do processo que definirá a empresa. Depois de pronta, a brizoleta voltará a ser utilizada pelas turmas, até que iniciem as obras do PNO.


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