O problema surgiu em março, agravou-se em abril e parece chegar a seu ápice em maio: está faltando Ritalina, medicamento utilizado para controlar a hiperatividade, em farmácias e na rede pública de saúde de todo o país.

A escassez, segundo o laboratório Novartis, único fabricante do remédio no Brasil, é consequência de entraves na importação de um princípio ativo. A normalização da distribuição é prometida para o fim deste mês.

A manicure Karla Fernandes, 38 anos, levou o filho de nove anos para consulta, ontem, na Capital.

Pacientes devem procurar médico

Embora o menino faça uso do medicamento há dois anos, ela não conseguiu uma nova receita. Karla conta:

- A neurologista disse que nem adiantaria me dar a receita, pois está faltando Ritalina nas farmácias. Meu filho tomava um comprimido por dia e, agora, precisaria tomar três. Mas eu continuo dando apenas um, pois só tenho duas caixas de 20 comprimidos em casa.

Somente na Farmácia de Medicamentos Especiais do Estado, no Centro, há 5.573 pessoas cadastradas para retirar o medicamento. A reportagem do Diário Gaúcho consultou três redes de farmácias e, em nenhuma delas, havia o medicamento.

O Novartis emitiu nota oficial, explicando o problema. Orienta pacientes ou responsáveis a procurarem seus médicos para avaliação sobre a continuidade do tratamento, enquanto persistir a situação.

Saiba mais

A Ritalina, remédio da família das anfetaminas, age no sistema nervoso central, melhorando a concentração.

É a principal medicação consumida pelos portadores do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

A hiperatividade é caracterizada por quadros de agitação, impulsividade e dificuldade de concentração, o que prejudica o desempenho escolar de crianças e adolescentes. Pode ser usada por adultos.

Em uma das redes de farmácia consultadas, uma caixa com 20 comprimidos da Ritalina 10mg custa cerca de R$ 20.

Na mesma rede, uma caixa com 30 comprimidos de Ritalina LA 10mg (que tem efeito mais duradouro) custa em torno de R$ 70.