Nas avenidas Assis Brasil e Sertório, na Zona Norte da Capital, passeio público é lugar de carro - e não de pedestre. Revendas de veículos usados, e clientes delas, estacionam sobre as calçadas, prejudicando a passagem de quem anda por ali. Por causa dos obstáculos, pedestres invadem a pista se expondo a risco de atropelamento.

Estacionar em local proibido é infração grave que gera multa de R$ 127,69, cinco pontos na CNH e remoção do veículo. Mesmo assim, a punição parece não intimidar. Ontem de manha, a reportagem flagrou três situações em que a prioridade do espaço é da máquina, e não do ser humano.

Só no ziguezague

Na Assis Brasil, no Bairro Sarandi, uma camionete S10 ocupava o espaço destinado para pedestres. Perto dali, na entrada de uma loja, um motorista manteve o carro atravessado sobre a calçada, ignorando as pessoas. Já na Avenida Sertório, a vendedora Gisele da Rosa, 21 anos, teve de se desdobrar para passar no meio dos automóveis estacionados de forma irregular.

- É ruim porque a gente não tem espaço, e nos domingos é ainda pior por causa das feiras de carros - reclamou Gisele.

O comerciário Darli Vicente Giendruczak, 49 anos, também se queixa.

- Infelizmente, os carros ocupam espaço do pedestre. Devia ser livre para as pessoas passarem - reclama Darli.

Monitoramento e rondas a pé

Até abril deste ano, a EPTC emitiu 1.249 autos de infração contra motoristas que estacionam em local proibido. No ano passado, foram expedidos 4.655 autos. Segundo o gerente de fiscalização de trânsito Adilson Carvalho, o órgão faz rondas diárias na região.

- Muitas vezes, quando a viatura chega, os veículos já foram retirados. Precisamos do apoio da população - disse Adilson.

A partir de julho, a EPTC ganhará 83 novos agentes de trânsito. Com este reforço, duplas de fiscais passarão a fazer monitoramento a pé também.

Dois metros para passar

Gerente da Plus Veículos, na Avenida Assis Brasil, Paulo Francisco dos Santos Vidalete afirma que deixa 2m da calçada livre para a passagem de pedestres, mães com carrinhos de bebê e cadeirantes, seguindo ordem do Ministério Público, fiscalizada pela EPTC.

Mas ele admite:

- Alguns clientes deixam carros atravessados na calçada. Quando isto acontece, pedimos para retirar dali - diz Paulo.

Ontem, sua loja estava com a calçada livre na hora da ronda do Diário.

Denuncie

Se você vir carros impedindo a passagem de pedestres no passeio público, ligue 118.