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12 de junho

Um sofá e um namoro para toda a vida

No Dia dos Namorados, casal junto há 40 anos dá dicas preciosas para o convívio

12/06/2013 - 07h34min

Atualizada em: 12/06/2013 - 07h34min


Sara e Valdemar Pinto são exemplos de que o amor resiste ao tempo

Dia dos namorados em pleno dia do sofá, uma quarta-feira. A combinação é um convite aos apaixonados aproveitarem um lugar feito sob medida para aconchegar histórias de amor, como as vividas há 40 anos pela dona de casa Sara Rodrigues Pinto, 60 anos, e o aposentado Valdemar Antunes Pinto, 64 anos, do Jardim Cascata, Zona Leste da Capital. O casal deixa dicas preciosas para todos os apaixonados.

Amor pelo dedinho

Evangélicos, Sara e Valdemar se conheceram no coral da igreja.

- Estávamos fazendo um trabalho, fui alcançar uma tesoura e peguei no dedinho dela. Ela era muito bonita e ainda é, chamava a atenção - recorda o aposentado.

Sara conta sua versão:

- Minha mãe era muito rígida, disse que não era para pegar a mão de rapaz nenhum. Mas ele conquistou primeiro a minha mãe, porque nos dava carona, era muito gentil, cavalheiro.

Valdemar lembra que o pedido de namoro gerou mais nervosismo do que o dia do casamento. Sara era a única filha mulher, o xodó do pai:

- O sogro disse que, enquanto eu estivesse em acordo com a Bíblia, tudo bem. Do contrário, íamos conversar!

O flagra do chá de pera

Com o namoro firmado, a mãe de Sara até comprou um sofá para acomodar o casal. Só que eles nunca estavam sozinhos. Sara e Valdemar tinham a companhia de um chá de pera, um sobrinho de Sara, de sete anos, que sentava entre os dois. Quem já namorou sabe o drama que é driblar a vigilância de quem tem a missão de zelar pelas virtudes da moça durante encontros com o pretendente.

Mas Valdemar não se deu por vencido: numa visita à casa de um amigo do sogro, debruçado numa janela, beijou a namorada pela primeira vez. A emoção, conta Sara, foi interrompida por um flagrante:

- Meu sobrinho viu e foi correndo contar para minha mãe. Ela achou que o Valdemar tinha me desrespeitado. Então, eu disse que o casamento tinha de sair de uma vez.

Da briga ao casamento

O namoro já tinha um ano de duração - o casal passou junto apenas um 12 de junho como namorados, com declarações e olhares apaixonados - e um desentendimento levou à separação.

- Chovia pretendentes atrás dele. Ele até teve outras - reclama a dona de casa.

Valdemar despista e dá sua versão:

- No primeiro olhar, ela caiu! Eu disse: tropeça no orgulho e caia nos meus braços! - brinca.

Da união, hoje eles têm a companhia dos filhos Raquel, 37 anos, e Tiago, 28 anos, e do neto Gabriel, 12 anos. Durante a história da família, o casal viveu um momento difícil, com a perda do filho do meio, de leucemia. Mas a dor fez aproximar ainda mais o casal.

Receita do bem viver

E qual é a receita para um namoro durar 40 anos?

- Eu tenho que cuidar dela e ela de mim. Ela é cheia de virtudes. É prendada, inteligente, caprichosa. A receita é amor, compreensão e tolerância - descreve o aposentado.

Para agradar a namorada, Valdemar traz flores e folhagens que enfeitam o pátio da casa. Sara, por sua vez, tricota blusões e prepara um arroz com galinha "bem caldoso", ou uma polenta, iguarias que Valdemar adora. Mas os dois não vivem colados um no outro: Sara voltou para a escola, envolve-se com o coral da igreja, as lidas da casa. Valdemar também tem sua rotina, envolvido com a filha e o neto. Mas o casal conversa muito, enfrenta as dificuldades e prova que é bom estar junto.

- Namorar de verdade vale a pena. Mas um namoro para se conhecer, conviver, com limites, nada repentino - ensina a dona de casa.

Como será este dia 12? Valdemar dá uma pista:

- Relembrar disso tudo me fez reviver o namoro. Acho que virá alguma surpresa por aí!


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