Banda solidária
Visita musical de lavar a alma em São Leopoldo
Oito integrantes da banda da Brigada Militar do Vale do Sinos dedicam parte de sua rotina para levar alegria a hospitais e asilos
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A cada nota musical, eles fazem uma mágica acontecer, distribuindo acordes de alegria. Quando a música toma conta do ambiente, não há espaço para dor, tristeza ou limitação de saúde. Reinam a emoção, o bem-estar e a euforia.
Os responsáveis por essa mágica usam farda e pertencem ao Comando Regional de Polícia Ostensiva do Vale do Rio dos Sinos - CRPO/VRS. Integrantes da banda, os oito talentosos músicos formam um grupo que, desde 2011, realiza o projeto Música é Saúde, em asilos e hospitais.
- Fazemos uma visita musical. O interessante é que a gente traz alegria para eles. E o pessoal que toca fica com a alma lavada - define o sargento Marco Aurélio Ramos, 45 anos, idealizador do projeto.
Lembranças e descobertas
Na quarta-feira, quem recebeu a visita foram os idosos do Lar Moriá, da Casa Matriz de Diaconisas, em São Leopoldo. E na categoria pé de valsa, o troféu ficou com a empolgadíssima Lory Konrath, 82 anos. Das músicas alemãs ao forró, ela teve pique para dançar vários sucessos.
- Deu para matar a saudade de dançar. Eu sempre gostei, dançava muito com meu marido - revela, sorridente.
A tarde animada também foi de descobertas para a irmã Ilanda Goelzer, 73 anos. Depois de ter feito uma cirurgia na perna direita em agosto, e utilizar uma muleta, não se intimidou:
- Hoje fiz um teste, foi o primeiro dia que dancei. Estou muito feliz!
Da ideia à ação
O sargento Ramos teve a ideia de criar um projeto social com os colegas de banda durante uma viagem a Maceió (AL), quando conheceu uma iniciativa semelhante. Ao voltar, apresentou a ideia ao Comando, que foi aceita.
- O projeto é diferente da banda: aqui, temos instrumentos como baixo, violão, pandeiro. Também cantamos. E o repertório vai de Roberto Carlos a músicas gauchescas - conta.
No dia a dia, eles se dedicam aos ensaios e às apresentações oficiais da banda, fundada em 1895 e, atualmente, conta com 21 componentes. Morador de Rio Pardo, Ramos faz quase 400km por dia para tocar e trabalhar:
- A música enobrece a alma, eleva o espírito.
A banda tem como mestre o sargento Adriano Oliveira da Silva. Uma equipe do 25º BPM também participou da visita.
Tarde para lavar a alma
O cilindro de oxigênio que normalmente acompanha Mercedes Lawisch Brunetto,
85 anos, deixou de ser necessário por algumas horas. Durante a apresentação, ela respirou música:
- Foi bom demais, uma maravilha! Recordei o tempo de quando eu era mais jovem. Não precisei nem de oxigênio, a música me alimentou.
Quem não conseguia dançar, curtia as canções sentado, mas não deixava de participar. A enfermeira e coordenadora do Lar Moriá, Andréa Liell, explica que atividades como essa são fundamentais para trazer alegria aos idosos e também para quem trabalha na casa.
- Essa tarde deixou eles de alma lavada. E para nós, funcionários, é como se a gente pudesse se reenergizar para continuar trabalhando - afirma.
Para o coordenador de projetos sociais do CRPO/VRS, tenente Gustavo Fernando da Silva Carvalho, essa é uma oportunidade de mostrar que a Brigada Militar não é somente uma força de repressão, mas também tem um papel de interação social:
- A gente vê a melhoria da qualidade de vida deles, e isso é reconfortante, emocionante.
Contato
Agende com o grupo pelo telefone 3584-6801.
Confira audioslide