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Caranga com pinta de nova

O polimento, embora ajude a manter o brilho, é abrasivo e pode prejudicar a lataria ao longo do tempo

11/07/2013 - 12h01min

Atualizada em: 11/07/2013 - 12h01min


Ter um carro com pintura em dia não é apenas motivo de orgulho para o dono. Ou um atrativo para a balada do sábado à noite. Na hora de vender o veículo, a boa apresentação ajuda na valorização. A boa notícia é que manter a pintura do carro em perfeitas condições tornou-se muito mais fácil. Além da qualidade das tintas ter melhorado, a própria lataria evoluiu bastante nos últimos 20 anos. Mas, ainda assim, é preciso um pouco de dedicação para deixar o automóvel com pinta de novo.

Entre as diversas técnicas que ajudam a conservar as características originais da pintura automotiva estão a cristalização, o espelhamento e o enceramento.

Espessura de tinta na lata é mínima

Ao sair da fábrica, um carro tem sua chapa de aço protegida por uma camada de tinta brilhante e dura, com espessura entre 60 e 80 mícrons (um mícron = um milésimo de milímetro). Esta camada, normalmente, é dividida em aproximadamente 20 mícrons para a base da tinta (primmer), o que permite que haja adesão à chapa de aço, e cerca de 40 mícrons para a tinta propriamente dita.

Imperfeições retiram o brilho

No caso de tintas metálicas e perolizadas, há ainda uma última camada de verniz incolor (clear cote), com menos de um décimo de milímetro, que dá ao carro a aparência brilhante e ainda protege o aço contra a corrosão.

Quando um veículo trafega pelas ruas a pintura recebe os efeitos dos agentes da poluição, de raios infravermelho e ultravioleta, panos e escovas de lava-rápidos, detergentes e outros abrasivos. Não há como a pintura se manter a mesma diante de tantos ataques. Com o passar do tempo, o que antes era liso e brilhante acaba se tornando irregular. As micro-imperfeições, ondulações e riscos prejudicam o brilho.

O Classi Diário explica o processo das principais técnicas para manutenção da pintura da caranga e apresenta dicas para você manter a lataria em dia. Confira na página ao lado.

POLIMENTO RECUPERA O BRILHO, SÓ NÃO PODE PASSAR DA CONTA

Uma das formas mais comuns de devolver o brilho à pintura do carro é o polimento. Nessa técnica, uma camada superficial de tinta é removida, de modo a restaurar a aparência lisa. O problema é que os polidores, geralmente óxidos metálicos, são abrasivos. Essas substâncias são capazes de arrancar, por atrito, partículas da tinta. Este processo aumenta quando se utilizam máquinas politrizes.

Ao final do polimento, o brilho reapacere, mas uma pequena camada de tinta se foi. Dessa forma, se esta técnica for utilizada muitas vezes, a lataria do veículo pode ser definitivamente prejudicada. Se isso acontecer, a única solução será repintar. Aí o gasto vai ser grande.

Aplicação de cera é bom negócio

Outra alternativa, bastante comum é o uso de ceras para cobrir a camada de tinta. Existem algumas aditivadas com polímeros sintéticos, que aumentam significativamente a vida útil da pintura.

A cera preenche as irregularidades da superfície pintada, reproduzindo o brilho da tinta nova.

É uma técnica diferente do polimento, já que a cera não remove tinta por abrasão. Ao contrário, ela deixa uma espécie de micropelícula protetora contra os raios solares, fuligens das ruas, piche, fezes de animais ou outros detritos. Mas, atenção! Usando cera de baixa qualidade toda vez que lavar o carro ela perde o efeito.

Evite panos ásperos

Busque informações sobre as melhores marcas. Nem sempre um produto barato é ruim. Isto também será importante se você preferir que o trabalho seja feito por um terceiro. A aplicação do produto não pode ser com pano áspero, que pode riscar a lata - o mesmo vale na hora de enxugar o carro após uma lavagem. Quando se utiliza cera com regularidade, não é preciso fazer polimentos. O ideal é aplicar cera a cada dois meses.

TÉCNICAS ESPECIAIS OFERECEM GARANTIA

Os nomes variam, mas o processo é o mesmo - aplicação de uma resina protetora sobre a pintura. As diferenças de nomenclatura se devem a motivos comerciais. Mais conhecida pelo nome de cristalização, quase sempre exige polimento para limpar a pintura. O procedimento consiste na aplicação de compostos, tipo teflon e/ou silicone, que protegem a tinta.

O da 3M, por exemplo, inventado na década de 1990, é chamado de espelhamento: é o nivelamento da superfície da pintura para deixá-la uniforme. É feito, na maioria das vezes, com uma lixa adequada e um processo com polidores, lustradores e cera de alta durabilidade que deixam a pintura com ótimo nível de reflexão de imagem e brilho.

Com o espelhamento é emitido um selo de garantia, que varia de quatro a seis meses, conforme o uso do carro, ou por 20 lavações.

A vitrificação automotiva é um processo parecido com o de espelhamento, mas sem o uso de pasta ou cera. No lugar destes produtos entra a resina acrílica. A garantia vai de um a três anos, desde que se utilize apenas xampu neutro e pano úmido na limpeza do automóvel.

Dicas

- Evite os flanelinhas nos semáforos. Você não sabe o tipo de sabão que é misturado à água que eles usam. E, além de ressecar a borracha das palhetas, a mistura pode se acumular e queimar a pintura, ainda mais sob o sol.

- A maresia danifica a lataria. O sal corrói a pintura e oxida a parte elétrica, causando mau contato. Em cidades de praia, o ideal é lavar o carro uma vez por semana e encerá-lo uma vez ao mês.

- Não lave seu carro nos lava-jatos que usam escovão, grãos de areia e sujeira podem arranhar a lataria.

- Não estacione o carro embaixo de árvores. Elas soltam uma resina que danificam a lataria e ainda há os pássaros que defecam sobre o carro e acabam prejudicando a carroceria pois seu excremento é muito ácido. Se o carro for atingido por fezes de passáros, retire assim que puder e nunca deixe secar.

- Para eliminar marcas de goteiras que escurecem a lataria do carro, corte um limão e passe sobre a mancha, deixando agir por 10min. Depois, jogue água.

- Na hora de lavar o carango, dê preferência aos xampus neutros.

- Pinturas sólidas tendem a queimar mais rapidamente, enquanto as metálicas têm pó de alumínio e as perolizadas, cristais de quartzo, que protegem a pigmentação do veículo. Esses elementos ajudam a refletir a luz solar e sujeitam o carro a menos raios ultravioletas.

- Cuidado com a gasolina. Se cair sobre o carro, deve ser removida imediatamente. Mas atenção: sob sol, a lavagem com sabão ou detergentes queima a pintura.

- Toda vez que o carro passar a noite no sereno, é bom jogar água nele. Isso tira impurezas sobre a lataria.


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