Domingo no Bairro
Domingão ensolarado movimenta a Restinga, na Zona Sul da Capital
No bairro, o DG encontrou descanso na praça, futebol de várzea e churrascada em família
Domingo é um dia tradicional para muitas atividades: lavar o carro, matear com os vizinhos, assar uma carne, assistir futebol, visitar a parentada, lagartear no parque. Cada família planeja o dia de descanso à sua maneira e cada bairro da Capital e das cidades da Região Metropolitana têm o seu jeitinho de desfrutar o primeiro dia da semana.
O Diário Gaúcho inaugura hoje uma nova seção, que sairá sempre às segundas-feiras: Domingo no Bairro. Para isso, além de visitar alguma região de Porto Alegre ou de cidades vizinhas, a reportagem domingueira contará com a ajuda dos leitores. Há alguma área de lazer que reúne o pessoal do bairro? Alguma atividade está animando a vizinhança? De que jeito você curte o domingão no bairro onde mora? Escreva pra gente!
A primeira visita foi feita no Bairro Restinga. Lá, o DG encontrou descanso na praça, futebol de várzea e churrascada em família!
Chimarrão e solzinho na Esplanada
Enquanto esperava a encomenda de frango com polenta e salada de maionese ficar pronta, a auxiliar de expedição de lavanderia Larissa Bastos, 34 anos, curtiu o solzinho da manhã na Esplanada da Restinga, em companhia do marido, da filha e do cãozinho Tobi.
- Domingo dificilmente fazemos almoço. Quando estou de folga, tenho um domingo por mês, e o tempo está bom, costumamos vir para cá - contou.
A pequena Amanda, sete anos, logo se enturmou com outras crianças e o esposo de Larissa, o segurança Ângelo, 38 anos, aproveitou para fazer a barba numa barbearia próxima.
- O dia hoje está para lavar a roupa, abrir a casa, mas se a gente não sai, perde essa oportunidade e amanhã já começa outra semana. Não se tem muita coisa para fazer, então, o programa é caminhar, trazer a criança, o cachorro, a família para passear.
Mais perto do final da manhã, o tradicional ponto de encontro do bairro foi ganhando movimento de gente pedalando, fazendo caminhadas, mateando e jogando bola com as crianças.
- O chimarrão chama as pessoas. Seguidamente a gente encontra alguns amigos por aqui - concluiu Larissa.
Bola rolando na Tinga
O pedreiro Paulo Silveira D'Ávila, 43 anos, e a esposa Nara Rúbia Clemoni, 40 anos, saíram do Bairro Hípica ontem, para curtir um programa que há três meses vem animando as manhãs esportivas na Restinga e juntando gente na Avenida Macedônia.
No Campo do Centro Esportivo Pampa, eles acompanharam as finais do Campeonato da Restinga, categoria livre. Na disputa pelo terceiro lugar, Atlético Restinga e Jaguares Verona se enfrentaram pela manhã. Jaguares Verona faturou a terceira colocação com dois gols sobre o Atlético Restinga.
De acordo com Luiz Carlos Vieira Farias, 69 anos, o Seu Farias, da organização, este é o primeiro campeonato no bairro depois de uma interrupção de seis anos. Ao lado dele, José Newton, 44 anos, o Zeca, carregava as medalhas e troféus dos vencedores.
- Todo mundo da comunidade está apoiando - comemorou Zeca.
- Eu vi no Diário que tinha final na Restinga e resolvemos vir. A torcida sempre incentiva - comentou Paulo, que também costuma jogar futebol nos finais de semana.
Foto: Marcelo Oliveira / Agência RBS
À tarde, o casal pretendia acompanhar as emoções da decisão no jogo entre os times Monte Castelo e Torino. No tempo normal, o jogo ficou em zero a zero. Nos pênaltis, por 4 a 3, o Torino sagrou-se campeão.
- Na Restinga sempre tem alguma coisa para fazer disse Nara.
Churrasco no tonel e conversa em família
O cheiro que vinha dos espetos acomodados numa grade da churrasqueira improvisada num tonel, no pátio da casa do aposentado Aristides da Silva, 68 anos, atiçavam a gula de quem passava pela Rua Baltimore, na Restinga Velha, perto do meio-dia.
Na reunião familiar domingueira, a tarefa de assar costela, salsichão e coxinha da asa de frango para um grupo de mais de dez pessoas ficou com o gari Luís Augusto Ferreira da Silva, 45 anos, genro de Aristides. Nem bem o churrasco tinha ficado pronto e ele já estava escalado para preparar carreteiro para a família à noite.
- Fazemos churrasco quase todos os domingos. Nossos filhos todos moram perto e vêm para cá. Hoje, vamos passar o dia inteiro beliscando! Vai ter salada de maionese, um arroz bem soltinho e salada verde - contou a esposa de Aristides, Maria da Graça Teixeira Silva, 64 anos.
Foto: Marcelo Oliveira / Agência RBS
Depois da refeição, a turma ia bater papo a tarde toda. Os assuntos? futebol - o dono da casa é gremista, mas boa parte da família é colorada - e as tramas das novelas Sangue Bom e Amor à Vida (RBS TV), além de assuntos familiares envolvendo os sete filhos, genros, noras, 13 netos e cinco bisnetos.
- Feliz a mãe e o pai que têm os filhos perto! - concluiu Maria.