Leitura
O jornal na educação
A partir de atividade solicitada pela professora de Português, alunos de escola do Bairro Santa Teresa, na Capital, criaram o hábito de ler jornais
A leitura de jornal não era um hábito na vida dos alunos da professora Eloísa Menezes Pereira, que estão na oitava série da Escola Estadual Almirante Álvaro Alberto da Mota e Silva, Bairro Santa Teresa. Isso até a proposta de uma atividade que envolve não apenas a leitura como a produção de textos e a reflexão de temas do cotidiano. O material de trabalho são artigos e colunas de jornal, como as de Paulo Sant'Ana (ZH).
- Meu pai sempre compra o Diário Gaúcho. Agora, dá até briga para ver quem lê primeiro. Eu adoro ler as notícias. Esse trabalho me incentivou a escrever mais redações - conta a aluna Késia Teixeira de Souza, 15 anos.
Recebido o texto - atualmente, a professora está aproveitando os materiais relacionados aos protestos em todo o país -, a turma exercita a leitura em voz alta. Em seguida, começa a discussão das ideias do texto e, a partir delas, os estudantes escrevem uma redação com, no mínimo, 25 linhas.
- Eles têm de expressar o que acharam do texto, fazer uma crítica apontando os prós, os contras e dar uma sugestão. Quero que eles reflitam, que o pensamento não fique só na comunidade deles. É uma troca de ideias - explica a professora de Português.
"Um Brasil sem corrupção"
Junto com a produção textual, ela aproveita para trabalhar a gramática: objetos diretos, indiretos e outros conteúdos também são extraídos dos textos jornalísticos. Depois da escrita, fazem uma releitura do trabalho dos colegas.
- No artigo, a fala é simples, com ótimo vocabulário. Sempre é bom ler e estar bem informado - observa Felipe Lima Altemann, 15 anos.
Adilson Araújo Figueiredo, 14 anos, viu uma reportagem no Diário Gaúcho, na qual alunos de uma escola pública da Capital expressaram em cartazes o que esperam para o país neste momento, e levou para a escola.
- Os alunos mostraram que querem um Brasil sem corrupção - observa Adilson.
Prêmio RBS de Educação
Iniciativas como esta podem ser relatadas e enviadas para o Prêmio RBS de Educação - Para Entender o Mundo. As inscrições terminam dia 14 de julho. Professores e educadores que fazem trabalho de mediação de leitura podem se inscrever. As inscrições são gratuitas. Saiba mais
- Podem participar professores e educadores da educação básica de escolas públicas e particulares. Também são aceitos trabalhos feitos na Educação de Jovens e Adultos (Eja). Há ainda a categoria de projetos comunitários, que podem envolver práticas feitas em bibliotecas públicas, ONGs e igrejas, por exemplo. O trabalho não se restringe às disciplinas de Português e Literatura.
- Para concorrer, interessados devem elaborar um relato em primeira pessoa contando em detalhes o trabalho que desenvolvem. O texto será analisado por uma comissão julgadora, formada por especialistas. Serão escolhidos três finalistas para cada uma das categorias. O vencedor de cada uma recebe R$ 10 mil e a instituição à qual ele for vinculado, R$ 6 mil.
- Onde se inscrever: no site www.premiorbsdeeducacao.com.br, onde também está o regulamento do prêmio.
- Quem se inscreve pode ainda fazer o curso online Mediação de Leitura: uma ponte entre o leitor e o texto, destinado a profissionais que queiram aperfeiçoar suas práticas em sala de aula ou em demais instituições que promovam projetos na área de educação.
- O Prêmio RBS de Educação - Para Entender o Mundo é uma iniciativa do Grupo RBS e da Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, com o apoio técnico do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).