Uma mancha escura no teto ou no canto da parede é o primeiro alerta. Ela pode indicar a existência de infiltração - e sinal de provável dor de cabeça para o morador. Assim como doenças não tratadas nos sintomas iniciais, a mancha pode se transformar em um grande problema.

Em grandes proporções, a infiltração corrói armaduras de ferro em pilares, desloca revestimentos e também abre fissuras no concreto.

No fim das contas, o pingapinga afeta, além do visual do imóvel, o bolso e a paciência do morador.

Materiais porosos aumentam o risco

É quando a água passa pelos elementos da construção sem estar corretamente acondicionada - fluindo fora da canalização - que está aberta a porta para a infiltração.

A qualidade e a correta instalação do encanamento são fundamentais.

Já as lajes do imóvel, que recebem a incidência direta da chuva, devem ser impermeabilizadas, impedindo a absorção da água. A engenheira Fabiana Mazetto explica que muitos materiais usados na construção são porosos:

- Em maior ou menor proporção, eles apresentam porosidade, e onde tem poro, ocorre a passagem de gases e líquidos. Aí é que se inicia o processo de infiltração - destaca.

Mesmo o concreto, material mais utilizado na construção civil, é poroso, apesar de não parecer a olho nu.

Revestimentos cerâmicos e seu rejuntamento também têm pequeno grau de porosidade.

- Se não houver precaução, sempre vai haver infiltração - alerta Fabiana.

Descobrir a origem é o primeiro passo

O que fazer ao constatar o problema? A especialista indica a contratação de um profissional - engenheiro, arquiteto ou tecnólogo - que possa primeiramente diagnosticar a causa.

- A maior dificuldade é avaliar de onde está vindo a água que gera a infiltração - ressalta a engenheira.

Para que um profissional possa descobrir a origem da mancha, ou da goteira, e especificar a melhor forma de impermeabilização da área, ele deverá verificar interferências no local, custos e viabilidade.

Depois disso é que se contrata uma empresa para executar o serviço, recomenda Fabiana.

A vedação adequada

- A impermeabilização deve ser projetada junto com a obra para evitar danos e gastos posteriores.

- O processo exige técnicas rigorosas, que não podem ser negligenciadas. Se o imóvel está em construção, deve-se checar se existe projeto de impermeabilização.

- O planejamento é a garantia de correção de uma possível falha no processo construtivo.

- Uma impermeabilização bem feita tem vida útil de no mínimo 20 anos. Vale a pena investir na técnica correta, pois evita o gasto com reparos de danos causados por infiltração, cujo valor pode ser bem salgado.

- Se a impermeabilização não tiver sido realiza durante o processo de construção, o custo posterior da obra pode chegar a 20% do valor do imóvel.

- A proteção deve cobrir todos os cômodos da residência e não se pode esquecer da manutenção.

Primeiros sinais

- Umidade na estrutura.

- Formação de fungos.

- Empolamento da tinta - aumento do volume ou formação de bolhas.

- Desagregação do revestimento.

- Eflorescências, que são depósitos cristalinos de cor branca que surgem na superfície dos revestimentos pela evaporação de soluções aquosas salinizadas.

- Corrosão em diferentes itens.