Liquidação, oferta e promoção são palavras mágicas que fazem brilhar os olhos dos consumidores em qualquer época do ano. No inverno, mais ainda. E um bom termômetro para medir o interesse da clientela é a temperatura. O primeiro friozinho da estação - ontem, a mínima na Capital foi de 5,3ºC - coincidiu com a chegada da temporada de descontos, superiores a 50% nas lojas do Centro da Capital. Nos shoppings, a correria foi grande no final de semana.

Claudete aproveitou

Na Rua Voluntários da Pátria, o movimento em volta dos balaios chamou a atenção de quem passava por ali na manhã de ontem. Atraída pelo preço de uma blusa em oferta (R$ 9,99), a aposentada Claudete da Silva, 64 anos, interrompeu a caminhada para entrar numa loja.

- Vou levar duas porque o preço está ótimo - disse Claudete.

Maria Helena foi às compras

No mesmo estabelecimento, a jaqueta de microfibra para crianças de até oito anos baixou de R$ 79,99 para R$ 29,99. O cobertor de lã para bebê, que custava R$ 44,99, agora é vendido por R$ 29,99.

Gerente de uma loja, Anderson Fonseca torce por mais dias gelados para esquentar as vendas.

- Temos que liquidar, se não vai tudo para o estoque - afirmou.

Quem aproveitou a onda de barbadas foi a dona de casa Maria Helena Belmonte Machado, 66 anos. Moradora de Gravataí, ela encontrou na Capital, uma blusa básica de lã por R$ 9,99:

- Vou levar, é bem quentinha.

CAMELÓDROMO ENTRA NO CLIMA

No Centro, as lojas do Camelódromo têm ótimas ofertas. Em algumas bancas, os preços despencaram. Mas, antes de comprar, faça a velha e boa pesquisa circulando pelos corredores. A perda de alguns minutos pode render ótima economia para o bolso. Proprietário da loja Finura (241), Luiz Guilherme Finura vende jaquetas, moletons, casacos e outras peças muito procuradas nesta estação.

A camisa de flanela xadrez, por exemplo, baixou de R$ 89 para R$ 39,90.

- Tenho umas 300 peças - garantiu Luiz.

Chiadeira por prejuízos após manifestações

Nas últimas semanas, os atos de vandalismo provocados por marginais causaram uma despesa extra para os comerciantes. Segundo o presidente do Sindilojas, Ronaldo Sielichow, o prejuízo com depredações, saques, queda nas vendas e proteção do patrimônio atinge R$ 3 milhões. A queda no faturamento chega a 60%.

- A queixa é muito grande. Em média, os custos operacionais aumentaram 15% com o reforço da segurança (contratação de guardas, instalação de câmeras e levantamento de paredes) - afirmou o presidente da entidade.

Operadora de caixa da Ofertão, na Voluntários da Pátria, Ivanir dos Santos, afirma que a loja fecha às 16h nos dias de protesto no Centro:

- O prejuízo varia de R$ 4 mil a R$ 5 mil.