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Economia popular

Alta do dólar afeta lojas que vendem itens importados populares na Capital

Valorização da moeda norte-americana elevou em até 30% o preço de mercadorias

23/08/2013 - 07h35min

Atualizada em: 23/08/2013 - 07h35min


Ciro aumentou o valor das miniaturas

Mais que um teto, o preço de R$ 1,99 virou um piso. E com a disparada do dólar - ontem fechou em R$ 2,43 -, as lojinhas de produtos populares elevaram os preços das mercadorias.

Na Capital, proprietários desses estabelecimentos  acompanharam a valorização da moeda norte-americana para evitar o prejuízo. De brinquedos a carrinhos e derivados de plásticos, quase tudo subiu. O reajuste varia de 10% a 20%. Em alguns casos, pode chegar a 30%.

Chinês também reclama

Proprietários de lojas de R$ 1,99 já estão preocupados com a reposição dos estoques. Embora mantenham os preços dos produtos mais vendidos, comerciantes garantem que não podem segurar por muito tempo. Kever, um chinês de pouca conversa e largo sorriso, é proprietário da Casa Kever, no Bairro Azenha. Segundo ele, a alta do dólar afugentou a clientela que gosta de comprar miudezas em lojas desse tipo.

- Tive de aumentar 20%, em média - afirmou.

Lojista reclama da alta do plástico

Dono do Bazar Coisas do Mundo, no mesmo bairro, Ilton José Müller, que vende potes, caixas e jarras de plástico, reclama que essa indústria concedeu dois aumentos este ano. Com cerca de seis mil itens à venda, o bazar tem poucos produtos que ainda custam R$ 1,99.

- Fiz uma ginástica para tentar manter vários produtos nessa faixa de preço, mas está difícil - revelou Ilton.

Para economista, repasse é inevitável

O economista da Fundação de Economia e Estatística (Fee) e professor de economia internacional da Ufrgs Luiz Augusto Faria afirma que o momento é desfavorável para a economia de países emergentes, como o Brasil. A valorização do dólar implica a desvalorização do real e de outras moedas, com reflexos imediatos na compra e venda de produtos, especialmente no atacado.

- Esse tipo de comércio no mundo hoje é abastecido pela China, e como tudo é feito na base do dólar, não tem como escapar. O comerciante não consegue suportar uma diferença por muito tempo e precisa repassar para o consumidor - explicou.

Por outro lado, Luiz afirma que este é um momento que pode favorecer o mercado nacional.

Carrinho com preço de carrão

No Bazar Canaã, na Cidade Baixa, um dos produtos majorados por causa da alta do dólar é pequeno apenas no tamanho. Carrinhos em miniatura de modelos antigos importados, que fazem a alegria de colecionadores e atraem olhares de meninos que entram na loja, estão mais caros. Passaram de R$ 25 e R$ 28 para R$ 30 a unidade.

O valor único das miniaturas foi a forma encontrada pelo proprietário Ciro Vieira Dornelles para recuperar o prejuízo.

- Mesmo assim, vendo sete desses por semana - disse.


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