Caranga & Cia
É melhor comprar um carro novo básico ou um usado completo?
A pergunta acima está cada vez mais frequente diante das várias opções no mercado brasileiro e até de importados. Coluna traz a resposta e os argumentos
Grande dilema de quem quer comprar um carro: com o mesmo dinheiro, investir num 0km básico ou num usado mais equipado e até com motor mais potente?
Diante das ofertas de mercado e que geram segmentos próximos (subcompacto, compacto, compacto premium, por exemplo), boa parte dos analistas de mercados aponta a resposta:
- Usado completo.
E um dos segredos é o valor de opcionais. Gerente de uma consultoria, Pedro Mendes avalia.
- No carro novo, você paga caro pelo teto solar ou pelo banco de couro. A depreciação deles é muito maior do que a do veículo - compara Pedro, em entrevista à revista Autoesporte.
Para quem não poderá pagar à vista, porém, o cálculo é mais amplo, sendo fundamental analisar somente os preços entre duas opções. As condições de financiamento do 0km costumam ser mais flexíveis e com taxas menores do que as lojas de rua costumam operar ou mesmo do que os juros bancários em função de um empréstimo.
Atente para a manutenção
Entre os fatores a serem pesados antes da compra é o gasto com manutenção. Carros com todas as revisões feitas na fábrica devem ser priorizados, uma vez que são decisivas para a garantia do veículo, no caso de o automóvel ainda estar dentro do prazo.
Dicas e comparação
Atitudes básicas antes de comprar um usado:
- Preferir carros que tenham todas as revisões feitas na fábrica.
- Buscar informações sobre o dono do carro.
- Pesquisar na internet é uma boa opção para fazer uma pré-seleção. Mas nada substitui a busca pessoalmente nas lojas.
- Pedir para fazer um teste. Aproveite para levar o carro a um mecânico de confiança e pedir uma revisão básica de itens mecânicos.
- Acessar o site do Denatran (www.detran.rs.gov.br) para conferir se há pendências ou se esteve envolvido em algum recall.
- Solicitar ajuda a um contador para avaliar qual a melhor opção para financiamento, quando for o caso.
- Se não tiver nenhum carnê, o comprador pode comprometer até 20% de sua renda na parcela do veículo.
Faça o cálculo:
- Um popular 1.0 novo custa, no Brasil, na casa dos R$ 30 mil. Por este valor, é possível comprar um compacto premium entre um e dois anos de uso.
- Por exemplo: o Peugeot 208 (veja avaliação ao lado) parte de R$ 39,9 mil (assim como a maioria de seus concorrentes). Com a clássica depreciação de 20%, vale R$ 31,9 mil. E tem motor 1.5, fora itens de série que são apenas opcionais no popular.
TESTE DA CARANGA: 208, UM AVANÇO SIGNIFICATIVO
Poucas gerações de compactos mostram tanta evolução. O Peugeot 208 é outro carro se comparado ao 207 - um campeão de venda no Estado e que continua em produção. O motor 1.5, com apenas 7cv a mais, é só um detalhe. O design arredondado deu robustez e espaço para pessoas e bagagens (40 litros maior).
O conjunto formado pela direção elétrica e pelo câmbio de cinco velocidades garantem um prazer de dirigir: suavidade sem passar impressão de fragilidade. O silêncio, mesmo a 100km/h, é a assinatura de que a composição da marca francesa está acertada em sua aposta para um segmento em alta no Brasil. Concorrem com o 208 na linhagem compacto premiun: Ford New Fiesta, Fiat Punto, Chevrolet Sonic, Citröen C3 e Hyundai HB20.
Consumo foi o adequado
Por uma semana, a Caranga & Cia rodou cerca de 300km com o 208, versão Allure - por ter teto panorâmico e tela de 7 polegadas sensível ao toque, custa R$ 45,9 mil, R$ 6 mil a mais que a versão básica. O consumo foi adequado ao padrão de um motor 1.5: cerca de 10km/l na cidade e 15km/l na freeway. Talvez em função da solução para uma falha na relação de pedais, que prejudica o arrancar do antecessor (reclamação frequente de donos de 207).
Ficha
Peugeot 208
- Motores: flex 1.5 (89cv a gasolina e 8V) e flex 1.6 (115cv e 16V)
- De série: ar-condicionado, direção elétrica, duplo airbag, freio ABS e painel com display LCD
- Porta-malas: 285 litros
- Preços: a partir de R$ 39,9 mil (1.5) e R$ 50,6 mil (1.6)