Indústria automotiva
O novo mapa da produção de veículos no país
Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Bahia e Goiás ganharam espaço
Estados que há duas décadas não abrigavam montadoras ou tinham discreta presença de fabricantes já respondem por mais de 30% da produção nacional de veículos.
Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Bahia e Goiás ganharam espaço no mapa da indústria automotiva, derrubando de vez a hegemonia de São Paulo.
Apesar de ainda ser o maior mercado brasileiro em consumo, São Paulo participa com 41,5% da produção, fatia que era de 74,8% em 1990, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
A descentralização é vista como saudável pela entidade pois leva um tipo de indústria considerada de ponta a várias regiões do país.
- Exige mão de obra qualificada, infraestrutura, tem importante participação no Produto Interno Bruto (PIB) e impacto em diversos setores - diz Ricardo Pazzianotto, sócio da consultoria Pricewaterhouse-Coopers (PwC).
Tendência é repartir mais
A regionalização prosseguirá com a entrada no mapa da produção automotiva dos Estados de Santa Catarina e Pernambuco, que em 2014 e 2015 receberão unidades da BMW e da Fiat, respectivamente.
No início de julho, o grupo Amsia, pertencente a investidores da Arábia Saudita, assinou protocolo de intenções para erguer uma fábrica em Sergipe.
- A descentralização é importante para o Brasil, pois receber uma montadora de veículos significa para o Estado a geração de mais empregos, mais renda, além da possibilidade de agregar produtores de autopeças e de insumos - comenta Luiz Moan, presidente da Anfavea.
Total de veículos produzidos
1990 - 914.466
2010 - 3.646.548
2012 - 3.415.486
A Anfavea arredonda os percentuais, por isso, a soma total de 2012 fecha em 100,1%.
Bolo dividido em fatias mais parecidas
O Paraná, que em 1990 respondia por 0,5% da produção, participa agora com 15,4%. Na época, o Estado tinha apenas a fábrica de caminhões da Volvo. Atualmente, se incorporaram a Volkswagen e a Renault. O Rio Grande do Sul saltou de 0,2% para uma fatia de 6,1% depois da chegada da General Motors, no início da década passada, com o complexo de Gravataí.
A Bahia, que recebeu sua primeira montadora, a Ford, em 2001, ultrapassou o Rio e no ano passado produziu 5,6% dos veículos brasileiros. O Estado terá, a partir de 2014, a chinesa JAC Motors.
Minas Gerais, onde a Fiat tem a segunda maior fábrica de veículos do mundo, com capacidade que se aproximará de 1 milhão de unidades por ano, contribuiu com 25,2% da produção total de 3,38 milhões de carros em 2012, a maior participação desde o final dos anos 1970, quando a montadora italiana se instalou em Betim.
No mesmo Estado também estão as fabricantes de caminhões Iveco e Mercedes-Benz, que negocia com pelo menos quatro Estados (Minas Gerais, Rio, Santa Catarina e São Paulo) área para instalar nova unidade de automóveis.
O cenário da produção também se reflete nos emplacamentos. Entre 2000 e 2012, São Paulo caiu de 43,9% para 28,4%. No Rio Grande do Sul a variação foi menor, com alta de 5,7% para 6,7%.
Total Brasil
2000 - 1.489.481
2012 - 3.802.071