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Rompimento de dique

Depois de dez dias, moradores ainda trabalham para limpar as casas no Bairro Sarandi

População espera pelo recolhimento dos entulhos espalhados pelas ruas, além do cumprimento de promessas de ajuda do poder público

11/09/2013 - 08h07min

Atualizada em: 11/09/2013 - 08h07min


Francisco e a montanha de entulhos em Porto Alegre

Passados 20 dias do início da chuvarada que inundou Porto Alegre e a Região Metropolitana, o Diário Gaúcho acompanhou ontem o retorno ao lar de famílias que precisaram deixar tudo para trás com pressa.

A água baixou, mas os prejuízos continuam subindo. Para tentar reduzir o drama, moradores se mobilizam. No Estado, há ainda 107 pessoas desabrigadas.

Passados dez dias do rompimento do dique que atingiu 700 casas do Bairro Sarandi, na Zona Norte da Capital, os moradores ainda trabalham para limpar as casas que foram tomadas pelas águas e esperam pelo recolhimento dos entulhos espalhados pelas ruas, além do cumprimento de promessas de ajuda do poder público.

- Estamos fazendo um abaixo-assinado porque queremos pedir uma indenização. Perdemos tudo, ficamos praticamente só com a casa - observa o pintor Rogério Schneider, 43 anos, que mora com os irmãos na Vila Elisabete.

● Medo de incêndio

O autônomo Francisco Xavier do Nascimento, 43 anos, contabiliza cama, colchão, balcão da pia, geladeira, freezer como perdidos. Sem ter onde acondicionar a comida, compra alimentos para cada dia. Segundo ele, a Fasc passou pela vizinhança cadastrando as famílias:

- Da semana passada para cá, ninguém conseguiu trabalhar. Estamos limpando tudo, mas ainda vai longe.

Ontem, a Rua Elias José Firmino, na Vila Elisabete, onde Rogério e Francisco moram, tinha colchões, armários, cadeira e outros móveis danificados à espera do recolhimento.

- Estou preocupada. Desde sábado está tudo acumulado aqui. Tenho medo que alguém passe e coloque fogo - reclama Doraci Duarte Delfino, 55 anos.

A esquina das ruas Domingos Antônio Santoro e Pedro Moreira estava tomada de entulho.

Vizinho ajudou

A auxiliar de açougue Patrícia Simão, 36 anos, já voltou para casa, mas a limpeza está longe de terminar. Graças à solidariedade de um vizinho, o sofá da sala já foi reposto. Mas ainda faltam alguns móveis.

- Ainda temos muita louça e muita roupa para lavar - comenta, ao lado do filho Natanael, 12 anos.

Na segunda-feira, cerca de 50 moradores atingidos pelo aguaceiro foram até a Câmara de Vereadores cobrar providências. Entre as principais queixas estavam o lixo acumulado nas ruas e a falta de doses de vacinas nos postos de saúde.

E o calendário?

Depois de cadastrar 1.326 casas, representantes de Dep, Dmae, Smov, Demhab, além de secretarias, se reuniram com moradores das vilas do Sarandi. Além de ouvir necessidades, foram definidas três comissões que tratarão dos temas levantados pela comunidade nas áreas de saúde e assistência, serviço e indenizações.

Até o início da noite, não havia sido definido o calendário de trabalho das comissões. A Fasc coordena todas as ações e adianta que até o final do mês deverá ser promovido um dia de serviços na comunidade (confecção de documentos, entre outros serviços).


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