Embaixo d'água
Drama dos alagamentos já chega a nove dias em Alvorada
Prefeitura calcula que 10 mil pessoas tenham sido afetadas pela enchente que entra no nono dia na cidade. Exército ajudou no resgate de moradores
Depois de nove dias embaixo d'água, as vilas Americana e Nova Americana, em Alvorada, seguem sem previsão de ver as ruas secas. De barco, o ciclista Álvaro Alves da Silva, 58 anos, tem cuidado da casa da família na Rua Marques do Pombal, na Americana.
Acampado numa área alta, nos fundos da vila, desde 24 de agosto, Álvaro é um dos moradores que ajuda na segurança local contra os saques noturnos às casas alagadas.
- Não tivemos descanso. Enquanto a água não baixar, precisamos estar atentos à noite para evitar os ladrões. Mas não é fácil ver a casa embaixo d'água - desabafou, ontem, enquanto voltava a chover.
"O negócio é se ajudar"
Morando há 40 anos na Vila Americana, Álvaro surpreendeu-se desta vez com a rapidez da inundação. Ruas como a Marques do Pombal, Anita Garibaldi, André da Rocha, Americana e a Avenida Beira-Rio permanecem submersas com água chegando a 2m de altura.
- No sábado, resgatei de barco cinco famílias que decidiram sair porque a água
não baixa. O negócio é se ajudar - disse Álvaro.
A inundação nas ruas das duas vilas é provocada pelo Arroio Feijó, que está tendo suas águas represadas pela cheia do Rio Gravataí.
Exército ajuda no socorro
No final de semana, 20 homens da 19º Batalhão de Infantaria Motorizado, de
São Leopoldo, amparados por um caminhão do Exército, auxiliaram a prefeitura na retirada de móveis de moradores ilhados.
Segundo o coordenador da Defesa Civil de Alvorada, Fernando Ramalho Forni, cerca de 10 mil pessoas foram atingidas pela enchente na cidade. Destas, 106 estão sendo abrigadas e atendidas pela prefeitura no ginásio municipal.
- Infelizmente, pelo que estamos acompanhando, serão necessários mais dez dias para que toda esta água desapareça das ruas - sustentou.