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Obras na Capital

Bombeiros rejeitam deixar o Cais e ir para o lado da ponte

O novo espaço será no Cais Marcílio Dias, ao lado da ponte sobre o Guaíba e a 5km de distância da atual área

15/01/2014 - 10h01min

Atualizada em: 15/01/2014 - 10h01min


Enquanto o titular da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), Arlindo Bonete, garante ter batido o martelo sobre a nova área destinada ao Grupamento de Busca e Salvamento dos Bombeiros (GBS), o Comando do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar não aceita a proposta sugerida: praticamente, embaixo da ponte sobre o Guaíba.


Segundo comunicado expedido na segunda-feira passada pela Cais Mauá do Brasil S/A, responsável pela revitalização do Cais do Porto da Capital, o espaço será no Cais Marcílio Dias, ao lado da ponte sobre o Guaíba e a 5km de distância da atual área do GBS. O documento foi revelado ontem pela SPH.


Mas o comandante do Comando do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar, o tenente-coronel Eviltom Pereira Diaz, insiste em afirmar que nada está definido. E, para ele, os motivos são claros: a área fica exatamente na rota de pouso das aeronaves que seguem para o Aeroporto Internacional Salgado Filho, impedindo a saída do helicóptero dos Bombeiros numa situação de urgência, e a via terrestre dificulta a saída rápida dos veículos da unidade.


- Continuamos discutindo com a Superintendência dos Portos uma outra alternativa. Hoje, a melhor solução é o Cais Mauá, pois segue sendo a melhor localização. Só sairemos dali quando surgir uma nova área - garantiu.


Nova localização é prejudicial


Para os bombeiros que atuam na unidade, a nova área apontada pela SPH interfere diretamente nos salvamentos realizados pela equipe aquática nos trechos mais perigosos de Porto Alegre: Usina do Gasômetro, Prainha da Harmonia e próximo ao Museu Iberê Camargo.


Conforme os integrantes do GBS, hoje, de lancha, leva-se três minutos entre o armazém C-5, onde estão localizados, e o Gasômetro. Com este tempo, é possível salvar alguém que está se afogando no primeiro ponto perigoso. Com a transferência, o tempo será quatro vezes maior.


Entenda o caso


- O GBS ocupa o armazém C-5 do Cais Mauá há 28 anos.


- Hoje, 109 homens fazem parte da unidade, dividida em equipes terrestre, aquática e aérea.


- Pelo projeto de revitalização do cais, um prédio - destinado a um hotel - será construído onde hoje está o GBS.


- A Cais Porto Mauá S/A se compromete a construir uma nova instalação para a unidade dos bombeiros.


- A Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH) ficou responsável de indicar à empresa um novo local para a instalação do GBS.


- A SPH afirma ter recebido um ofício do Comando Geral da BM aceitando a área próxima à ponte do Guaíba.


- Em dezembro do ano passado, a SPH chegou a informar à empresa que o novo destino do GBS seria o Cais Marcílio Dias, ao lado da ponte sobre o Guaíba.


- Os bombeiros, porém, não aceitam a área por ser rota de aviões (impedindo a saída do helicóptero da unidade) e ter a saída terrestre complicada para os veículos da unidade.


Ofício partiu do Comando da Brigada


Conforme o comunicado da Cais Mauá do Brasil, "a nova área a ser ocupada pelo GBS, de acordo com ofício datado de 3 de dezembro de 2013 e encaminhado pela Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), à Cais Mauá do Brasil, situa-se junto ao Cais Marcílio Dias".


A correspondência assinada por Valmir Rosa Silveira, diretor superintendente em exercício, destaca que o Comando Geral da Brigada Militar "aceita a relocação dos Bombeiros do GBS na área proposta".


Durante toda a tarde de ontem, o Diário Gaúcho tentou contato com o comandante do Comando Geral da Brigada Militar, Fábio Duarte Fernandes, mas o celular dele estava fora da área. Também tentou falar com a assessoria direta do comandante, mas ninguém atendeu o telefone. Foi deixado recado no gabinete do comandante, e também não houve retorno.


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