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Solidariedade

Dona Zezé comanda Forno Comunitário em Capão da Canoa

Maria José Matos da Silva comemora 17 anos de ajuda às famílias carentes da cidade do Litoral Norte

27/01/2014 - 08h01min

Atualizada em: 27/01/2014 - 08h01min


Pequena no tamanho, mas com um coração gigantesco, Maria José Matos da Silva, 68 anos, não se cansa de acolher quem bate à porta do Forno Comunitário Madre Assunta, no Bairro Santa Luzia, em Capão da Canoa, no Litoral Norte. Seja um morador pedindo comida ou um doador desejando contribuir para a causa, todos são recebidos de braços abertos por Dona Zezé, como é carinhosamente chamada, do alto dos seus 1m50cm. E lá se vão 17 anos desde que produziu sozinha os primeiros pães num forno improvisado nos fundos de casa e os distribuiu para dez vizinhos.

 

A história de Dona Zezé já passou pelas páginas do Diário Gaúcho duas vezes, a última em 2009. De lá para cá, a ação solidária só aumentou. Hoje, ela entrega muito mais do que pães a 100 famílias das vilas de Capão da Canoa. Saem cestas básicas, roupas, calçados, móveis usados e novos. Ela redistribui entre os carentes tudo o que chega por meio de doações.

 

- Eu vivo para ajudar ao próximo. E, para a minha felicidade, sempre tenho anjos batendo na minha porta para fazer com que isso aconteça - comemora Dona Zezé.


Produção recomeça em março


No período do verão, quando aumenta a oferta de emprego no Litoral Norte, as cinco voluntárias fixas que ajudam a assar semanalmente mil pães se afastam para trabalhar com faxinas. Justamente nesta época, Dona Zezé suspende a produção. Neste ano, só recomeçará em 4 março. Até lá, serão as outras doações que darão ânimo às famílias necessitadas e, principalmente, para Zezé.

 

- Sempre penso que se a gente quer, a gente faz. Com fé e amor a gente sempre chega lá - acredita, confiante.


Vila Arco Íris fica mais colorida


Mãe de 11 filhos, seis deles são casais de gêmeos, a recicladora Marta dos Santos Fagundes, 37 anos, da Vila Arco Íris, lembra do dia em que pediu ajuda numa rádio comunitária e, em seguida, recebeu uma visita inesperada.

 

- Eu estava doente e não podia recolher de carroça o material. Me obriguei a pedir ajuda. No mesmo dia, Dona Zezé apareceu com uma sacola de comida. Ela é uma santinha - diz Marta.

 

Dez anos depois, Zezé segue auxiliando a família da recicladora. Todas as semanas, Marta vai de carroça com os filhos buscar os pães do forno comunitário. No período do verão, ela é contemplada com cestas básicas. 

 

- A Marta é uma mulher guerreira que merece apoio para seguir com a família unida - justifica Zezé.

 

"Ela é um exemplo para todos"

 

A despensa com cerca de quatro metros quadrados da casa de quatro peças de Dona Zezé se expande, assim como o olhar dela, a cada nova doação que chega ao forno comunitário, diariamente. Emocionada com uma reportagem sobre a ação, divulgada na RBSTV em dezembro do ano passado, a corretora de imóveis Giovana Nara Gress, 38 anos, moradora de Capão da Canoa, não se conteve e foi até o Bairro Santa Luzia colaborar com a causa.

 

- Muitos têm tanto e não dividem. Dona Zezé mostra que a vida é muito mais do que apenas ter para si. Ela é um exemplo para todos - afirma Giovana, que promete voltar em março para aprender a fazer pão. 


Para ajudar


A fabricação de pães recomeça em 4 de março. Mas o projeto Forno Comunitário Madre Assunta aceita doações de farinha de trigo, açúcar, fermento para pão, feijão, arroz e outros alimentos pertencentes à cesta básica. 

 

O endereço é Rua Getúlio Vargas, 364, Bairro Santa Luzia, Capão da Canoa.

Telefone: (51) 3625-5138.


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