Ao longo do calçadão de Cidreira, um dos pontos turísticos da cidade do Litoral Norte, parte dos veranistas e moradores estão com o acesso limitado: não há rampas que
facilitem a chegada de cadeirantes e idosos à beira da praia.

A aposentada Olívia dos Santos, 93 anos, moradora de Cidreira há mais de 30 anos,
que o diga. Na semana passada, ela tropeçou e quase caiu ao chegar no quinto degrau da cambaleante escada de concreto.

- Não é a primeira vez que acontece isso. Não tenho onde me segurar e os degraus
estão soltos - alertou a idosa.

Situação semelhante enfrentaram a representante comercial Patrícia Trindade, 40 anos, e o filho Derick, 15 anos, que estavam de passagem por Cidreira.

"Descaso com as pessoas"

Os dois decidiram carregar as cinco cadeiras e os guardasóis da família num carrinho de metal. Ao depararem com a falta de acesso, chegaram a pensar em voltar.

- Se ainda fossem escadas firmes, mas estão todas balançando. Inclusive, as de concreto, que são velhas - reclamou Patrícia, que precisou de ajuda para descer.

Enquanto a reportagem do Diário Gaúcho percorria o calçadão, deparou-se com o mecânico aposentado Erni Gergen, 61 anos, morador de Canoas, que numa cadeira de
rodas era erguido por amigos próximo à guarita 184. Ele só conseguiu chegar e sair da beira da praia com a ajuda do amigo Jorge Pereira, 42 anos, e de pedestres que, solícitos, auxiliaram a subir os seis degraus.

- Venho a Cidreira há quatro anos, e jamais vi uma rampa de acesso. É um descaso
com as pessoas - disse Erni.

Projeto estaria em elaboração

Por meio de e-mail, a Secretaria Municipal de Obras de Cidreira limitou-se a responder
que "a solicitação já foi repassada para o Departamento de Engenharia para a elaboração do projeto, planilhas de custos e quantidades de rampas necessárias".

Não explicou se há data prevista para finalização do projeto, abertura de licitação ou início das obras.