Alerta para motoristas
Rodovia do Parque: perigos no acesso à Capital
Motoristas reclamam da falta de sinalização e de desnível no asfalto. Em 28 dias, PRF registrou nove acidentes na BR-448 - média de um a cada três dias
Inaugurada no dia 20 de dezembro, a Rodovia do Parque (BR-448) - principal alternativa para desafogar o trânsito na BR-116 - é criticada pela falta de sinalização na sua ponte estaiada, situada sobre o Rio Gravataí, na chegada da Capital. E por problemas na junção dos pavimentos, principalmente na entrada e na saída das alças de acesso. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, foram nove acidentes em 28 dias de funcionamento - média de um a cada três dias.
Deste total, dois foram na ponte estaiada - ambos nesta semana. Na quinta-feira, um
caminhão carregado de erva-mate tombou na alça de acesso da rodovia à freeway, causando congestionamento nas proximidades da Arena do Grêmio.
Para João, há muito a fazer
A rodovia, que liga Sapucaia do Sul a Porto Alegre, melhorou o acesso à Capital e à Região Metropolitana, mas precisa de melhorias para evitar tragédias na estrada. Para quem circula com frequência pela BR-448, fica evidente a falta de sinalização adequada.
Há 26 anos atuando como motorista no transporte de areia, João Carlos Pereira, 60 anos, observa que há muito a fazer.
- Ainda está muito precário. Tem horas que é uma velocidade e, de repente, muda.
Aí, a gente deve ter atenção redobrada - pondera João.
Irregularidades preocupam
Apesar de reconhecer as melhorias no trânsito, João alerta que há irregularidades na
pista. O motorista acredita que, para evitar capotamentos como os que aconteceram
na semana passada, é preciso investir em segurança.
- Precisa melhorar a sinalização, para começar bem feito - conclui.
Os riscos ao volante
Poucas placas alertam para limite de velocidade
- Motoristas querem mais placas, sobretudo as indicativas de velocidade (100km/h e 50km/h) na ponte e nos acessos à Capital e à freeway. A velocidade na rodovia é de
100km/h, mas, na ponte estaiada, antes de duas curvas acentuadas, apenas uma placa pequena anuncia redução brusca para 50km/h. O motorista que desce embalado não a vê e pode perder o controle do veículo e capotar, como já ocorreu anteriormente.
Rampinha traiçoeira
- Caminhoneiros que transportam cargas pesadas reclamam que na entrada e na saída da ponte há desníveis no asfalto. Na junção das pistas há uma pequena elevação, que impulsiona o veículo que vem em alta velocidade.
Falta sinalização
- Os condutores pedem também pelo menos uma placa que informe que o acesso ao Bairro Humaitá está bloqueado, para evitar mudanças bruscas de pista.
Para o Dnit, sinalização é adequada
Na avaliação do Dnit, a sinalização da BR-448 é adequada, pois obedece às normas do Contran/Denatran. O manual do órgão afirma que, a cada 15km, é necessária uma
placa indicativa de velocidade. A Rodovia do Parque, com 22,3km de extensão, possui 71 placas indicativas de limitadores de velocidade, além de placas de advertência. Portanto, estaria dentro da regulamentação. Não há estudos em andamento para
melhorar a sinalização do trecho.
As placas de acesso para o Humaitá serão cobertas e só serão expostas quando da
liberação da via. Os desníveis junto à estaiada são considerados "normais".