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Tá difícil!

Camelódromo da Restinga só deve ficar pronto em 2015

Anunciado há quatro anos, centro de compras inacabado no Bairro Restinga deve ter data de conclusão divulgada em novembro. Prejuízo chega a R$ 600 mil

13/03/2014 - 08h39min

Atualizada em: 13/03/2014 - 08h39min


Obra que já consumiu R$ 600 mil dos cofres públicos em quatro anos de promessas, o camelódromo do Bairro Restinga, está longe de ser finalizado. E quem admite é a própria Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic). A previsão mais otimista defendida pelo secretário-adjunto, José Peres, é de anunciar uma nova data de conclusão a partir de novembro deste ano.


Questionado sobre os motivos de tanto atraso para a entrega de um conjunto de 53 boxes  programados para abrigar os ambulantes locais, José afirmou que o projeto anterior tinha inúmeros problemas,  entre eles falta de acessibilidade e de proteção contra vento e chuva.


- Quando assumimos a Smic, em janeiro de 2013, percebemos que o projeto estava desconforme com questões legais. Com a expiração da vigência do contrato com a empresa, achamos melhor executar um novo projeto planejado pelos nossos próprios arquitetos e engenheiros. Mas tivemos que pagar a empresa pelo que já havia sido feito - diz o secretário, revelando que os R$ 600 mil foram pelo ralo, pois o projeto voltou à estaca zero.


Licitação deve ocorrer em abril


Encravada no coração do bairro, na esquina da Estrada João Antônio da Silveira com a Avenida Nilo Wulff, a edificação segue no esqueleto. Parte do material veio do reaproveitamento do terminal de ônibus da Praça Rui Barbosa, no Centro da Capital. Hoje, sobram lixo, pichações e mato alto crescendo pelo terreno.


- Vamos trocar todo o telhado e a parte metálica. Assim como a comunidade, também estamos angustiados com esta demora. Estamos programando a abertura de licitação para o próximo mês - tenta se justificar o secretário-adjunto.


Ambulante há 20 anos no bairro, Alfredo Pereira, 53 anos, já começa a achar que se aposentará sem ver a entrega do prometido espaço. Por ter uma banca em frente à obra inacabada, Alfredo vê diariamente a obra se deteriorando. Desde o mês passado, o ambulante tenta falar com a Smic sobre o tema, sem sucesso.


- O dinheiro se foi, e o camelódromo não saiu. Perdemos a esperança de ver algo pronto aqui - desabafa.


Como seria o camelódromo


- O Centro Popular da Restinga estava programado para ter 53 boxes. 


- Seriam 45 lojas de comerciantes populares, três de frutas, cinco de alimentação e dois sanitários (620m² de área construída). 


- Cada módulo de aço galvanizado teria dimensões de 2m por 2,5m. 


- A obra estava prevista para durar entre 150 e 180 dias, mas jamais foi concluída.


CRONOLOGIA DE UM DESPERDÍCIO


- 31/3/2010: a Smic lança o projeto do Centro Popular de Compras da Restinga. Telhado e estrutura metálica seriam reaproveitados do terminal de ônibus da Praça Rui Barbosa. A obra foi orçada em R$ 600 mil. 


- 18/8/2011: são iniciadas as obras, com o cercamento do terreno e a colocação dos tapumes. A previsão da Smic é de que o local esteja pronto entre 150 e 180 dias. 


- 24/2/2012: a obra para por problemas técnicos. Parte das telhas usadas como tapume é arrancada. 


- 17/5/2012: a obra é reiniciada, e o projeto, reformulado. A previsão de conclusão é outubro.


- 23/4/2013: estruturas metálicas são erguidas e parte da cobertura, instalada. O projeto complementar da obra - que previa instalações, cercamento, itens que demandariam licitação - está em fase de finalização. 


- 30/5/2013: aproveitando-se do atraso da obra, moradores de rua invadem o local. 


- 26/11/2013: a Smic justifica que o atraso se dá a problemas encontrados no projeto.


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