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Reabertura de restaurantes do Mercado Público volta a ser adiada

Estrutura montada no térreo para restaurantes afetados pelo incêndio está pronta desde 2013, mas até hoje não foi liberada pelos Bombeiros

14/03/2014 - 10h01min

Atualizada em: 14/03/2014 - 10h01min


Espaço para restaurantes no térro ainda não foi liberado. Mesas estão cheias de pó. Bombeiros pediram para comerciantes ampliarem a proteção da tubulação de gás

Em setembro do ano passado, dois meses após o incêndio que destruiu parcialmente o piso superior do Mercado Público, e suspendeu a atividade de oito restaurantes, comerciantes prejudicados decidiram construir uma estrutura provisória no térreo para voltar a funcionar.

A obra, que deveria amenizar os prejuízos, custou cerca de R$ 250 mil. Mesmo endividados, proprietários apostavam na reabertura dos negócios para manter funcionários empregados. Passados seis meses, os módulos continuam fechados e as mesas pegando pó à espera da liberação do Corpo de Bombeiros.

Atraso gera guerra de versões

A demora para concessão de um Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) específico para o Espaço de Eventos, localizado no quarto quadrante, gerou uma guerra de versões. Os permissionários reclamam da lentidão da corporação para analisar o projeto e fazer a vistoria. Bombeiros alegam que o atraso foi causado pela falta de documentos no processo e apontam a necessidade de ajustes na estrutura dos módulos. No entanto, a primeira vistoria foi feita somente na última sexta-feira.

Permissionários estão desanimados

Presidente da Associação dos Permissionários do Mercado Público, Ivan Konig Vieira afirma que os proprietários buscaram financiamento para manter o atendimento à clientela, mas estão impedidos de trabalhar. Garçons, caixas e cozinheiros estão desempregados. Outros estão recebendo seguro-desemprego ou ainda sendo pagos pelos patrões.
 
- As parcelas já começaram a vencer e os módulos seguem fechados. Vamos demorar uns dois anos para atrair os clientes que deixaram de vir no Mercado - criticou ontem.

Dono do restaurante Sayuri, Francisco Assis dos Santos Nunes acredita que agora o processo irá andar com maior rapidez.

- Temos que fazer uns ajustes e pedir nova vistoria. Acredito que, na semana que vem, isso estará resolvido - afirmou. 

"Não vou polemizar"

Segundo o capitão e chefe da seção de Prevenção Contra Incêndios, Eduardo Estevão Rodrigues, as mudanças solicitadas aos comerciantes estão à disposição desde quarta-feira, mas até ontem ninguém havia solicitado o processo. Na vistoria, os bombeiros encontraram módulos fechados e constataram problemas na iluminação de emergência, alarmes e na proteção da tubulação de gás.

- Não vou polemizar. Se tudo estiver de acordo, o plano de prevenção para aquele local será liberado na próxima vistoria. Estamos esperando. A pressa é deles - disse.

Estrutura

- Os sete módulos de cozinha são de gesso acartonado. Cada uma tem cerca de 20m². O novo espaço terá 110 mesas, 220 cadeiras e oito climatizadores de ar.

- Somente sete restaurantes funcionarão no espaço de eventos enquanto a reforma do segundo pavimento não for concluída. O restaurante Marco Zero aguardará a conclusão da obra no piso superior para reabrir.

O vaivém da liberação

Em 2013
Julho: incêndio causa destruição parcial do piso superior e suspensão das atividades de oito restaurantes.

Setembro: comerciantes definem projeto e montam estrutura provisória para sete restaurantes no térreo.

Outubro: começa a elaboração do PPCI específico para a área provisória.
Dezembro: bombeiros exigem novos documentos e laudo estrutural da área construída.

Em 2014
Fevereiro: novos documentos são anexados ao processo a pedido dos bombeiros.

Março: equipe da seção de Prevenção de Incêndios faz vistoria no local e exige correções na obra. 


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