Novela sem menu
Reabertura de restaurantes do Mercado Público volta a ser adiada
Estrutura montada no térreo para restaurantes afetados pelo incêndio está pronta desde 2013, mas até hoje não foi liberada pelos Bombeiros
Em setembro do ano passado, dois meses após o incêndio que destruiu parcialmente o piso superior do Mercado Público, e suspendeu a atividade de oito restaurantes, comerciantes prejudicados decidiram construir uma estrutura provisória no térreo para voltar a funcionar.
A obra, que deveria amenizar os prejuízos, custou cerca de R$ 250 mil. Mesmo endividados, proprietários apostavam na reabertura dos negócios para manter funcionários empregados. Passados seis meses, os módulos continuam fechados e as mesas pegando pó à espera da liberação do Corpo de Bombeiros.
Atraso gera guerra de versões
A demora para concessão de um Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) específico para o Espaço de Eventos, localizado no quarto quadrante, gerou uma guerra de versões. Os permissionários reclamam da lentidão da corporação para analisar o projeto e fazer a vistoria. Bombeiros alegam que o atraso foi causado pela falta de documentos no processo e apontam a necessidade de ajustes na estrutura dos módulos. No entanto, a primeira vistoria foi feita somente na última sexta-feira.
Permissionários estão desanimados
Presidente da Associação dos Permissionários do Mercado Público, Ivan Konig Vieira afirma que os proprietários buscaram financiamento para manter o atendimento à clientela, mas estão impedidos de trabalhar. Garçons, caixas e cozinheiros estão desempregados. Outros estão recebendo seguro-desemprego ou ainda sendo pagos pelos patrões.
- As parcelas já começaram a vencer e os módulos seguem fechados. Vamos demorar uns dois anos para atrair os clientes que deixaram de vir no Mercado - criticou ontem.
Dono do restaurante Sayuri, Francisco Assis dos Santos Nunes acredita que agora o processo irá andar com maior rapidez.
- Temos que fazer uns ajustes e pedir nova vistoria. Acredito que, na semana que vem, isso estará resolvido - afirmou.
"Não vou polemizar"
Segundo o capitão e chefe da seção de Prevenção Contra Incêndios, Eduardo Estevão Rodrigues, as mudanças solicitadas aos comerciantes estão à disposição desde quarta-feira, mas até ontem ninguém havia solicitado o processo. Na vistoria, os bombeiros encontraram módulos fechados e constataram problemas na iluminação de emergência, alarmes e na proteção da tubulação de gás.
- Não vou polemizar. Se tudo estiver de acordo, o plano de prevenção para aquele local será liberado na próxima vistoria. Estamos esperando. A pressa é deles - disse.
Estrutura
- Os sete módulos de cozinha são de gesso acartonado. Cada uma tem cerca de 20m². O novo espaço terá 110 mesas, 220 cadeiras e oito climatizadores de ar.
- Somente sete restaurantes funcionarão no espaço de eventos enquanto a reforma do segundo pavimento não for concluída. O restaurante Marco Zero aguardará a conclusão da obra no piso superior para reabrir.
O vaivém da liberação
Em 2013
Julho: incêndio causa destruição parcial do piso superior e suspensão das atividades de oito restaurantes.
Setembro: comerciantes definem projeto e montam estrutura provisória para sete restaurantes no térreo.
Outubro: começa a elaboração do PPCI específico para a área provisória.
Dezembro: bombeiros exigem novos documentos e laudo estrutural da área construída.
Em 2014
Fevereiro: novos documentos são anexados ao processo a pedido dos bombeiros.
Março: equipe da seção de Prevenção de Incêndios faz vistoria no local e exige correções na obra.