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Lar, doce lar

Após viver por anos em quarto de hospital, Roger volta para a casa

Menino de Canoas, que vivia há quase cinco anos no Hospital São Lucas da Puc, foi para a casa da família. Recepção teve balões e o ursinho de estimação

26/04/2014 - 11h01min

Atualizada em: 26/04/2014 - 11h01min


Roger Inácio Dutra da Silva (D) com o pai, o motorista Silvio Dias da Silva, 49 anos, e a mãe, Eva Flores Dutra, 46, no quarto na casa nova, no bairro Mato Grande, em Canoas

Teve choro, mas também teve alegria a despedida do menino Roger Inácio Dutra da Silva, seis anos, do Hospital São Lucas da Puc. Depois de passar quase cinco anos internado na ala pediátrica da instituição, o filho da artesã Eva Flores Dutra, 46 anos, e do motorista Silvio Dias da Silva, 49 anos, recebeu alta na sexta-feira. Como seus primeiros meses de vida foram no Hospital da Ulbra, em Canoas, ele nunca havia ido para casa.

Só faltou o tapete vermelho

Difícil mesmo foi esconder as lágrimas que caíam furtivamente, borrando a maquiagem de funcionárias que conviveram com ele e a família durante o tratamento. Portador da síndromes de Down e do intestino curto (ele tem apenas 10% do órgão), Roger parecia uma estrela. Acenava e mandava beijos, mas estava agitado com a presença da imprensa. Quando chegou na rua, o sol iluminou seu rosto e a grama verde do jardim virou um palco improvisado para a criança.  

- Estou feliz, mas com o coração na mão. Agora começa uma nova etapa - suspirou a mãe, que deixou o menino brincar alguns minutos no gramado antes de seguir para casa.

Doações encheram o quarto

O trajeto do hospital até a casa alugada pela família no Bairro Mato Grande, em Canoas, foi acompanhado pelas equipes de enfermagem e pediatria. Nos carros, além de Roger, sua mãe e as funcionárias, seguiam também as doações. A família ganhou três televisões, roupas - principalmente fraldas tamanho XXG, que ele ainda precisa -, brinquedos, utensílios domésticos e muitos alimentos, como as latas de leite Fortini, sabor baunilha, suplemento alimentar que ele precisa consumir diariamente.

- Clinicamente, o quadro dele é estável. Os últimos exames deram bom resultado. Uma vez por semana, ele virá ao hospital fazer uma revisão - afirmou a pediatra Ana Paula.

Um teto todo seu

- Pai Binho, pai Binho - disse o menino ao ver o pai se aproximar.

Abraçado ao ursinho Ted, seu companheiro inseparável, Roger chama Silvio apenas pelo apelido. Num sofá da casa nova, gestos e caretas mostravam a sintonia de pai e filho.

- Foram anos de espera por este momento tão bom - resumiu o motorista. 

Uma das mais emocionadas era a irmã de Roger, Caroline Dutra Machado, 19 anos.

- Vai ser ótimo ter ele aqui. Antes, eu o via uma vez por semana. Agora, será todo o dia - disse Caroline.

O menino foi liberado de receber alimentação direto na veia. Agora, poderá se alimentar por meio de uma sonda e até por via oral. 

Ajuda

Mesmo com as doações recebidas, a família continua precisando de ajuda para manter a casa e o tratamento do filho. O aluguel da residência custa R$ 500 por mês. Latas de leite Fortini, 400 gramas, sabor baunilha, e fraldas XXG são bem-vindas. Telefone 9194-0716.


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