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Sem uso e no lixo

Contêineres de lixo que custaram R$ 139 mil estão abandonados em Alvorada

Prefeitura de Alvorada retirou das ruas contêineres de lixo que haviam sido comprados na gestão anterio

10/04/2014 - 10h01min

Atualizada em: 10/04/2014 - 10h01min


Contêineres de lixo que custaram R$ 139 mil descartados pela prefeitura de Alvorada em aterro sanitário no Distrito Industrial da cidade

Enferrujados, com acúmulo de água parada e até flores crescendo dentro deles, cerca de 80 contêineres de ferro estão sendo consumidos pelo tempo no aterro sanitário de Alvorada, no Distrito Industrial. A situação ocorre desde que a prefeitura da cidade decidiu retirá-los das ruas, no segundo semestre do ano passado.

Comprados pela administração anterior, os equipamentos foram instalados no final de 2012 ao longo de 2,7 quilômetros da Avenida Getúlio Vargas. Porém, eles acabaram recolhidos em  agosto de 2013 por decisão da nova administração.

- Fizemos um estudo com os nossos técnicos de segurança do trabalho e percebemos  que estes contêineres deixavam os garis e a população em risco. As tampas são de ferro e muito pesadas. Garis se lesionaram ao tentar abri-las - justifica o secretário de Serviços Urbanos de Alvorada, Miguel Ângelo Pereira.

Miguel relata que o contrato vigente com a empresa responsável pelo recolhimento de lixo, firmado em 2008, não contempla o uso de contêineres. Por este motivo, os caminhões não eram apropriados para os equipamentos comprados pela própria administração da época.

- A gestão anterior sabia que não tinha estrutura para este tipo de serviço, e mesmo assim insistiu na compra - reforça o secretário.

"Não sei para onde destiná-los"

Ele ressalta ainda que, dos R$ 139 mil destinados à compra, teriam sido pagos apenas metade do valor. O restante do pagamento está em discussão entre a área jurídica do departamento de compras da prefeitura e a empresa contratada. O secretário afirma que a administração municipal pretende entregar os equipamentos e receber o dinheiro pago de volta.

- Queria que alguém me dissesse o que fazer com estes contêineres, pois eu não sei para onde destiná-los. Não vou colocá-los nas escolas, como sugeriu a população, com o risco de alguma criança se machucar. Também não venderei ao ferro-velho porque não pagariam mais do que R$ 5 em cada um deles - desabafa Miguel.

Na tarde de ontem, a reportagem do Diário Gaúcho tentou contatar com o ex-prefeito de Alvorada João Carlos Brum (PTB) por telefone. Foi deixada mensagem no celular de João Carlos, mas ele não retornou as duas ligações até o fechamento desta edição.
 
Nova licitação não terá contêiner

Enquanto isso, moradores sugerem a volta do contêiner com tampa no serviço de coleta de Alvorada. No condomínio onde mora a balconista Érica da Silva, 31 anos, na Avenida Getúlio Vargas, no Bairro Umbu, as 40 famílias se uniram e compraram uma lixeira de ferro sem tampa. O problema, afirma ela, são os catadores que rasgam os sacos e deixam restos espalhados pela calçada.

- Os restos de lixo acabam ficando dentro da lixeira, pois os garis não recolhem o que não está no saco. Se tivéssemos contêiner da prefeitura, o lixo todo cairia dentro do caminhão e o nosso problema seria solucionado - sugere Érica.

Mas a balconista ficará só na vontade. Se depender da nova licitação para o recolhimento de lixo da cidade, que será lançada até o final desta semana, não haverá o serviço com contêineres em Alvorada. O próprio secretário de Serviços Urbanos afirma que não há projeto para a instalação destes equipamentos na cidade.


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