Recém-construídos, e já removidos
Antes do fim, obras dos corredores de BRTs de Porto Alegre já precisam ser refeitas
Smov afirma que problemas são normais e afetam no máximo 2% do total de cada obra
Blocos de concreto quebrados e remexidos nos corredores de ônibus que receberão o sistema BRT de transporte rodoviário em Porto Alegre chamam a atenção de quem passa pelas obras. Como algo que foi recém-construído e sequer entrou em uso pode estar sendo inutilizado?
Na segunda-feira, a reportagem do Diário Gaúcho percorreu alguns corredores de BRTs que estão em obras e constatou os montes de concreto quebrado nas avenidas João Pessoa, Bento Gonçalves e Coronel Gastão Haslocher Mazeron - todas na zona central da cidade. De acordo com trabalhadores, o concreto está sendo removido devido a problemas identificados durante a fiscalização feita pela prefeitura e, por isso, terão de ser refeitos.
Custo é das empresas, diz diretor
A informação é confirmada pelo diretor da Divisão de Obras e Projetos Especiais da Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov), engenheiro José Carlos Keim:
- Verificamos que existem alguns problemas, como fissuras e diferença de espessura, e exigimos que essas placas irregulares sejam refeitas. O custo dessa correção não é repassado ao poder público, fica por conta das empresas responsáveis pelas obras.
José Carlos explicou que é natural acontecerem falhas desse tipo, desde que num percentual baixo - o que tem sido verificado na Capital, afirmou o diretor. No máximo, a quantidade chega a 2% do total de cada obra, diz ele.
O diretor comenta ainda que o objetivo da Smov é trocar o asfalto por concreto em todos os corredores de ônibus do município, uma vez que o material escolhido é mais resistente. A durabilidade do concreto, complementa José Carlos, é de 30 anos, enquanto o asfalto precisa ser recuperado a cada dois, três anos.
Correções não atrasam obras
De acordo com o engenheiro José Carlos, a reconstrução das placas de concreto defeituosas não vai impactar nos prazos de conclusão das obras dos corredores. Segundo ele, a expectativa é de que as vias exclusivas para ônibus das avenidas Bento Gonçalves e Protásio Alves estejam 95% prontas até a Copa, em junho, faltando apenas a finalização de quatro cruzamentos e colocação de paradas. Já a da João Pessoa estará 60% concluída até o Mundial de Futebol.
O diretor afirma que, até o final do ano, todas as obras de corredores em que passará o sistema BRT na Capital estarão finalizadas.