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Mais cara

Com aumento da cesta básica, Vilma trabalha para comer

Faxineira do Bairro Coronel Aparício Borges, na Zona Leste, gasta 83% do salário mínimo com comida. Custo dos alimentos na Capital é o mais alto do país

12/05/2014 - 10h02min

Atualizada em: 12/05/2014 - 10h02min


Vilma Terezinha Oliveira da Silva, 50 anos, do Partenon, reduziu a quantidade de quilos comprados de alguns produtos ou substituiu por outros mais baratos

Como boa dona de casa, ela já reduziu a quantidade de arroz e aumentou a de massa, passou a comprar leite mais barato e frutas somente duas vezes por semana. Mesmo com esta economia, feita na ponta do lápis, o resultado no final do mês é desanimador para a faxineira Vilma Terezinha Oliveira da Silva, 50 anos. Em abril, o aumento da cesta básica composta por 13 itens foi de 0,9%, chegando a R$ 359,37 e mantendo a liderança da Capital no ranking das mais cara do país.      

Contas são pagas com salário do marido

Dos R$ 724 que Vilma recebe a cada 30 dias, cerca de R$ 600 (83%) ficam nos mercados e armazéns do Bairro Coronel Aparício Borges, na Capital. Ela mora com o marido, que trabalha como pedreiro, e ainda cria dois netos, um de dois anos e outro de 11. O salário mínimo do pedreiro Ozônio Nunes da Silva, 60 anos, é usado para pagar outras despesas da família, como água, luz, gás, telefone.

- Com crianças em casa, tenho de ter leite, carne e verduras todos os dias, mas não é fácil. Até os remédios são racionados. Às vezes, compro os do meu marido e não compro os meus - revelou Vilma.

Menos arroz e frango no estoque

Do pão, ela já desistiu. Em vez de investir os reais nos cacetinhos que saem a peso de ouro dos fornos das padarias, Vilma mete a mão na massa e faz deliciosos pães caseiros, mais baratos e saborosos. Também reduziu a quantidade de produtos no carrinho. O arroz baixou de 15kg para 8kg mensais, carne de frango caiu de 15kg para 6kg. Até a banana, uma das vilãs do aumento da cesta básica em abril, despencou na lista de prioridades. Antes do reajuste no preço, a fruta enfeitava a mesa da família e enchia o estômago dos pequenos todos os dias. Agora, a amarelinha só é vista na cozinha da Vilma duas vezes por semana. 

Batata, banana e leite são os vilões

Se você ficava vermelho de raiva por causa do preço do tomate, agora ficará amarelo com o susto provocado pelo aumento da banana, da batata e do leite - os novos vilões da cesta básica em abril. De acordo com Amauri Pereira, gerente da Divisão Técnica da Ceasa-RS, o acréscimo no preço de alimentos como batata (18,91%) e banana (12,63%) reflete problemas nas fases iniciais de cultivo desses produtos. O leite subiu 7,84%.

Tarifa de ônibus e refeições também aumentaram

O coordenador do escritório de Porto Alegre da Fundação Getúlio Vargas, Márcio Fernando Mendes da Silva, informa que outros setores também tiveram preços majorados. Além da tarifa de ônibus urbano (5,18%), refeições em bares e restaurantes (1,65%) e alimentos preparados e congelados de ave (4,02%) aparecem, na primeira semana de maio, como os que mais subiram segundo o Índice de Preços ao Consumidor Semanal.


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