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Aqui, só com mapa

Por falta de placas, carteiros improvisam mapas para encontrar ruas na Capital

Falta de identificação nas vias públicas causa transtornos para moradores, carteiros e prestadores de serviços

05/05/2014 - 09h56min

Atualizada em: 05/05/2014 - 09h56min



Croquis caseiros ajudam
Foto: Mateus Bruxel

Enquanto não sai a licitação para compra de 54 mil novas placas indicativas dos nomes de ruas, o portoalegrense depende de terceiros e da criatividade para se localizar nos bairros. Segundo a prefeitura, existem 11.142 logradouros públicos, mas muitos endereços são desconhecidos da população.

A falta de identificação em estradas, avenidas, ruas, acessos e becos é tão grave que os carteiros criaram mapas para se orientar na hora da entrega.

Funcionário dos Correios há 17 anos, Vladimir Soares Ferreira, 48 anos, usa o seu GPS de papel. Além do nome de bares, o croqui das ruas destaca escolas e outros prédios públicos. A numeração das casas também serve como referência na hora de achar um imóvel.

- A gente se orienta muito pelo comércio e pelo nome do estabelecimento - explica Vladimir, que atua no Centro de Distribuição Domiciliar (CDD) do Menino Deus.

Vladimir auxilia pessoas perdidas

Acostumado a gravar números de casas e nomes de bares e armazéns, Vladimir serve como bússola para pessoas perdidas. Se alguém pede informação sobre determinado endereço na Vila Tronco, no Bairro Santa Tereza, por exemplo, ele dá este tipo de orientação:

- Quando chegar ao número 723, pega à direita e entra no segundo beco à esquerda - revela.

Diogo perde tempo

Motoboys e prestadores de serviços de entregas geralmente ficam desorientados, especialmente à noite. Inclusive, encontrar alguém para fazer a pergunta que se repete várias vezes na Capital: que rua é esta?

- Às vezes, perco tempo procurando a rua ou perguntando para moradores. Noutras, uso o GPS do celular - explicou o motoboy Diogo Cordeiro, 30 anos.

Ainda sem previsão de instalação

A licitação para compra de placas de denominação de vias públicas se arrasta desde 2012. Segundo a Procuradoria-Geral do Município, a empresa que fornecia o equipamento ingressou com recurso obstruindo o procedimento na Justiça. Preocupada com a situação, a Câmara de Vereadores instalou em março uma comissão para discutir a sinalização viária.

Coordenador do grupo de trabalho do Mobiliário Urbano, Arnaldo Guimarães acredita, no entanto, que, em dois meses, o estudo sobre a necessidade de placas esteja concluído e, a licitação, na rua. Segundo a EPTC, existem cerca de 54 mil pontos de placas na Capital. Porém, segundo Arnaldo, o modelo original, que previa cor azul, nome completo, mais o apelido ou nome mais conhecido, cep, numeração da quadra e leitura em braile não será totalmente contemplado.

Saiba mais

No CDD Menino Deus, responsável pela distribuição em nove bairros, cerca de 20% das correspondências retornam por falta de informações como endereço, número da rua, cep e remetente.

O treinamento para um novato substituir um carteiro experiente pode levar mais de uma semana, até ele se ambientar e gravar as referências de uma região.


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