A falta de uma cadeira odontológica na Unidade Básica de Saúde Vila Elza, em Viamão, faz com que, há quatro meses, cerca de 20 mil moradores das vilas Elza, Tarumã e Helenita fiquem sem atendimento. O dentista que atende no posto está impossibilitado de fazer os tratamentos dentários. Ele vai ao local duas vezes por semana, mas, sem equipamento adequado, só avalia os pacientes.

A situação é acompanhada pelo Diário Gaúcho desde 19 de março. Na ocasião, foi informado que, apesar de não haver previsão para instalação da nova cadeira, os casos urgentes seriam encaminhados para outros postos, o que não está acontecendo, segundo os moradores.

Jogados de um lado para outro
 
A vendedora Juliane Godoi Macedo, 24 anos, precisa extrair dois dentes e fazer uma obturação. Ela foi avaliada pelo dentista da UBS Vila Elza há dois meses mas, por causa da falta da cadeira odontológica, não pôde fazer os procedimentos até hoje.

- Eu não consegui atendimento em outro posto. Não sabemos quando o consultório vai voltar a funcionar. Enquanto isso, eu sofro com dores constantes, porque os dentes inflamaram - afirma a vendedora.

A doméstica Valquíria Cardoso Dutra, 48 anos, espera há três meses para fazer a extração de um dente. Por causa da espera, o local inflamou e causa dores fortes.

- Eu tentei ir no UBS do Centro de Viamão e não consegui ser atendida. O doutor Bernardo (o dentista do posto) está cuidando do meu caso com medicações, até que ele possa fazer o procedimento no consultório - contou.

Solução em 40 dias

A diretora de atendimento do departamento de Controle, Avaliação e Auditoria da Secretaria de Saúde de Viamão, Lisiane Fagundes, afirma que está em processo de compra a peça necessária para o conserto da cadeira odontológica.

- Estamos em situação de trâmites burocráticos de orçamentos. A previsão é de que, em 40 dias, a cadeira seja instalada.

Quanto à falta de atendimento em outros postos de saúde, a diretora afirmou que as pessoas com problemas odontológicos devem procurar o dentista do posto da Vila Elza.

- Os pacientes serão avaliados pelo especialista e receberão um encaminhamento correto para cada situação, para que os casos urgentes não fiquem sem atendimento adequado, até que o consultório volte a funcionar normalmente - prometeu Lisiane.