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Dia dos Namorados

Filho guarda carta de amor dos pais escrita há cem anos

Relíquia está em um quadro exposto na galeria de fotos da família em Gravataí

12/06/2014 - 08h03min

Atualizada em: 12/06/2014 - 08h03min


Jeniffer Gularte
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José Carlos de Souza guarda a carta de amor dos pais, já falecidos


"Pego na pena chorando tanta dor,
tanta aflição,
para escrever o teu nome,
prenda do meu coração.
Oferecido a senhorita dama Malvina."

Os versos escritos com pena em 12 de junho de 1914, época em que sequer existia o Dia dos Namorados, quando o mundo ainda enfrentava sua Primeira Guerra Mundial, completam cem anos hoje.
José Bernardo de Souza, então com 20 anos, era peão da estância da família da jovem de apenas 14 anos, Malvina  Moreira da Silva, em São Gabriel. Ele não sabia ler nem escrever, mas encomendou o cartão que jamais foi extraviado pela amada. Sem saber, cortejou a jovem no dia que passaria ser uma das datas mais simbólicas para os casais apaixonados do Brasil partir da década de 1940. Na época, o namoro ainda não havia começado, mas a paquera rendeu. Casaram em 1921 e tiveram 16 filhos.

Mensagem virou relíquia

O casal já é falecido - ele em 1966 e ela em 1981 -, mas o o cartão de 1914 virou relíquia de família e é muito bem guardado pelo filho caçula, José Carlos Moreira de Souza, 64 anos. Foi a mãe que o encarregou de preservá-lo, mas o segurança aposentado fez muito mais. Colocou o cartão em um quadro de vidro que está em exposição junto a uma galeria de fotos de cada membro da família no galpão de festas da sua casa, no Bairro Itacolomi, em Gravataí.
O local é um verdadeiro museu familiar com cartões de Natal - alguns datados na década de 1930 -, retratos e convites de casamentos e formatura fixados a parede.
Segundo Moreira, o romantismo e a cortesia era restrito ao casal. Junto aos filhos, passaram a imagem de seriedade, educação rígida e respeito aos mais velhos:
- Entre eles, se chamavam de senhora e senhor.
Os valores, José Carlos tentou preservar na criação dos dois filhos e agora passa aos dois netos. Atualmente, não nega a saudade dos pais e revela que, hoje, fará um bolo com as irmãs para comemorar o centenário do cartão que deu início à família.
- Queria voltar no tempo e ver como era a vida deles em 1914, ou que eles pudessem voltar e ver como vivemos na nossa época. Hoje, esse romantismo não existe mais, poderiam até achar isso cafona - comenta José.


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