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Área de risco

Erosão à beira de arroio em Porto Alegre põe em risco residências na Rua Cruz Alta, bairro Nonoai

Há três semanas, parte de imóvel e muro de contenção desmoronaram

07/07/2014 - 08h02min

Atualizada em: 07/07/2014 - 08h02min


Marcelo Oliveira / Agencia RBS
Casa na margem do Arroio Passo Fundo, no bairro Nonoai, pode desabar na próxima chuvarada

Porto Alegre tem 27 arroios, com total de 60km de extensão e pelo menos uma centena de afluentes. Às margens desses córregos de água suja, consideradas áreas de risco, vivem famílias que convivem com o medo a cada nova enxurrada. Moradores de áreas regularizadas também enfrentam esse problema. O Arroio Passo Fundo, que corta uma região de vias asfaltadas e iluminadas, é motivo de preocupação para duas famílias da Rua Cruz Alta, no Bairro Nonoai. 

Susto na madrugada

Há três semanas, a dona de casa Eulália Ribeiro, 65 anos, não dorme com mesma tranquilidade de antes. Nos dias 13 e 16 de junho, ela se assustou com o barulho causado pelo desmoronamento do muro de contenção e do piso e telhado de um depósito nos fundos da sua casa, respectivamente.

- Moro há 40 anos aqui, nunca tinha ocorrido nada. Levamos um grande susto - disse Eulália.

Lajes represam a água

A chuva dos últimos dias pode ter agravado a situação. Com a queda no arroio, as pedras do muro criaram uma barreira que represa a água e aumenta o risco de erosão no terreno. Os moradores colocaram uma lona de plástico sobre o barranco, mas a proteção é uma medida paliativa. Se a chuva voltar, como ontem, volta o medo também. 

Paulo está preocupado com rachaduras

Vizinho de Eulália, o bancário aposentado Paulo Machado Mendes, 68 anos, mostra rachaduras nas paredes da casa de três pisos. Segundo ele, as fissuras seriam consequência do abalo causado nas fundações dos dois imóveis.

- Se a barreira continuar ali, a água vai se infiltrar e causar desabamento da casa da vizinha, e trazer prejuízos a minha - disse Paulo.

Auxiliar de serviços gerais e líder comunitário, Antônio Daniel de Oliveira, o Ratinho, disse que se a prefeitura não retirar as pedras do arroio, que interromperam o fluxo natural da água, os moradores pretendem fechar a Avenida Cruz Alta em protesto. 

Dep promete retirar as pedras

De acordo com o diretor-adjunto do Dep, Francisco Mellos, o muro não foi executado pelo departamento nem pela Smov, portanto, não houve aprovação destes órgãos. Na semana passada, a Seção Sul de Conservação e a Defesa Civil foram até o local para fazer uma avaliação do risco. O muro de contenção desabou em função das grandes chuvas dos últimos dias. O Dep afirmou que vai retirar as pedras que caíram dentro do leito do arroio. Com isto, as águas poderão escoar normalmente. Um agente comunitário do Demhab entrará e contato com as famílias.

Limpeza

Para solicitar os serviços do DEP como limpeza e reconstrução e desobstrução de redes pluviais, reconstrução de redes pluviais rompidas, limpeza de valas, arroios, galerias e dragagem de arroios, ligue para o telefone 156 com endereço completo do local.

O maior

O Dilúvio é o principal arroio de Porto Alegre. Tem 12 km de extensão e vários afluentes, entre eles, os arroios Moinho, Cascatinha, São Vicente e Santa Cecília. Outros arroios da cidade são o do Salso, Mariano, Cavalhada, Capivara.

Famílias removidas
- Segundo o Demhab, de janeiro de 2013 a junho de 2014, foram retiradas 336 famílias de áreas de risco da Capital.
- Vila Asa Branca: 12 famílias (devido às constantes inundações na região).
- Morro Alto/Beco do Adelar: 11 famílias (desabamento).
- Vila dos Herdeiros: 40 famílias (inundação - barragem).
- Vila Liberdade: 200 famílias (em razão do incêndio).
- Ocupação das Cachoeiras (Jardim Protásio Alves): 6 famílias (desabamento de barranco)
- Vila Pedreira (Rua Ursa Maior/Cristal): 67 famílias (deslizamento de terra e de pedras)


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