A babá e a militante
Na Restinga, Dilma reecontra líder comunitária que conheceu há 33 anos
Solenidade de inauguração do Hospital da Restinga e Extremo-Sul, na sexta-feira, marcou o reencontro de duas líderes com trajetórias diferentes
Emocionada por dividir o palco com a economista e militante política que conhecera 33 anos atrás, a coordenadora do Conselho Municipal de Saúde e líder comunitária na Restinga, Djanira Corrêa da Conceição, 61 anos, tinha motivos de sobra para festejar. O Hospital da Restinga e Extremo-Sul, que muitos achavam impossível de sair do papel, foi inaugurado e Dilma Rousseff estava de novo a seu lado, agora como presidente do país. O reencontro foi emocionante.
- Quando conheci a Dilma, ela era apenas a mãe da Paulinha. Hoje, ela é presidenta - relembrou, enxugando as lágrimas.
Sem esquecer das cobranças
Em 1981, Djanira era babá de um sobrinho do ex-marido de Dilma, o advogado Carlos Araújo. A mineira, que morava na Capital, fazia militância política e trabalhava na assessoria da bancada estadual do PDT. Depois, alçou voos maiores. A proximidade familiar ajudou a estreitar a convivência e criou um laço de amizade que se eternizou.
- Eu lembro perfeitamente da dona Djanira. Ela é inesquecível, mostra de fato a força de uma liderança popular - disse a presidente.
Mas nem a presença da maior autoridade do país na cerimônia intimidou a ex-babá. Até na hora da vitória, Djanira exerceu o papel de fiscal do novo serviço de saúde:
- Teve gente que duvidou, mas o hospital está aqui, lindo e maravilhoso. Temos de ver como está o tempo de atendimento e como estão sendo feitas as consultas - afirmou, já em tom de cobrança.