Lição do dia: salvar vidas
Alunos de Portão aprendem sobre a importância da doação de órgãos
Crianças do quarto ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Vila Aparecida, criaram campanha de conscientização que mobilizou a cidade
Ninguém" é um boneco de pano, sem órgãos e sem identificação. Mas com a ajuda dos 18 alunos do quarto ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Vila Aparecida, de Portão, ele ganhará um SIM para a vida. A ação faz parte de uma campanha de conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos.
Segundo a professora da turma com idades entre nove e dez anos, Tabhatta Kolling, 34 anos, a ideia de realizar um trabalho nesta área iniciou em abril deste ano, durante a novela Em Família, da Rede Globo, que abordava o tema na história de um dos personagens.
- As crianças começaram a discutir por conta o tema. Percebi que seria interessante trabalhá-lo em sala de aula. Trabalhamos a doação de órgãos como vida e não como morte - conta a professora.
Filha mudou a opinião da mãe
O ponto principal do trabalho iniciou na Semana Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos e Tecidos, encerrada no sábado passado. Cada aluno levará "Ninguém" para casa e, com os pais, decidirá qual órgão doará a ele. Serão 18 dias de ação até o boneco ganhar vida e identidade própria, para se tornar o mascote da turma. Rafaela Müller, nove anos, foi a segunda a levar o boneco, no dia 24:
- Eu queria o pâncreas, mas minha mãe disse que o coração era mais importante porque nos dá vida e também amor.
Rafaela está contente com a primeira conquista:
- Minha mãe mudou de opinião. Eu disse para ela se imaginar na fila de quem está esperando por um órgão.
No final de semana, o Diário Gaúcho publicou reportagem mostrando que o NÃO é a palavra mais respondida pelas famílias quando questionadas sobre a doação dos órgãos de parentes após a morte encefálica. Se depender dos alunos, a resposta será positiva.