Que mulher não quer saber um pouquinho que seja do seu futuro, ou nunca foi ler seu destino em consultas de cartas, tarô, búzios ou outra forma de previsão como a astrologia? Até os 30 anos, a contadora Andreia Diel, 39, do Bairro Belém Velho, jamais tinha ido a uma cartomante.

- Só gostava de olhar o horóscopo e tinha vontade de fazer o meu mapa astral, mas estava sem dinheiro - confessa.

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Bastou, no entanto, uma desilusão amorosa para ela logo marcar a sua primeira consulta com uma cartomante:

- Mulher só procura essas coisas nesses casos, né? Ninguém vai quando está bem no amor ou sem problema. Mas ela não disse muita coisa.

Ouviu maravilhas e foi atrás

Tanto que Andreia nem lembra de nada especial dessa primeira consulta. Depois de dois anos, em 2007, ela ouviu falar maravilhas de outra mulher que colocava cartas e ficou curiosa. Sem entregar nada da sua vida, recorda que ficou surpresa:

- Ela fez a minha numerologia e viu que, no ano de 2003, eu tive um problema que me deixou muito triste. Foi quando o meu pai morreu, e ela não tinha como saber isso!

A nova consulta aconteceu novamente por causa de um namorado.

- Eu tinha um ex que estava me incomodando, e ela me orientou em como sair daquela relação sem problemas. Funcionou - diz a contadora.

É normal querer saber o futuro

Fazer uma previsão só por curiosidade, ou como forma de se conhecer é normal, segundo a psicóloga clínica Sandra Pereira, do Instituto Cyro Martins. Mas, às vezes, passa do ponto.

- Quando vira hábito, e a pessoa transforma o oráculo em uma muleta para tomar decisões - define.

Em 2011, a contadora não se aguentou e voltou à cartomante para pedir um conselho sobre a carreira.

- Ela me deu dicas de como agir até aparecer outra oportunidade - relata.

Segundo Andreia, de novo, as previsões foram acertadas:

- Ela viu que eu ia receber uma ótima proposta em 2012, e foi o que aconteceu. É onde eu trabalho e estou feliz!

Como a astrologia entra no dia a dia

Hoje, Andreia só consulta os astros.

- Gosto de olhar as previsões astrológicas de final de ano e procuro saber como estão os planetas. Pelos menos, três a quatro vezes por mês, eu consulto na internet -admite.

A astróloga Amanda Costa explica que o horóscopo é uma interpretação da energia do momento a partir de cada signo. 

- Funciona quando contribui para a reflexão e para uma conscientização das forças à disposição da pessoa, auxiliando em suas escolhas - esclarece.

Para ela, a astrologia não serve apenas para prever o futuro, mas para ampliar o nosso autoconhecimento:

- E ainda para  compreender as pessoas que nos rodeiam e como nos relacionar melhor.

O ponto de partida é o mapa astral, calculado a partir da data, do horário e da cidade de nascimento. A contadora, que adora uma previsão, jura que não se consultou mais:

- Está tudo dando tão certo que é melhor não mexer e deixar como está!

Nada de ficar dependente de oráculos

Para a psicóloga Sandra Pereira, a mulher gosta mais de saber do futuro porque costuma ter mais controle das situações. E são as escolhas que vão definir se o seu futuro será bom ou ruim.

- Mas elas devem partir de nós, não do externo. Não podemos colocar a responsabilidade em uma previsão ou em um conselho - observa a especialista.

Ela alerta que consultar cartomantes ou ter a necessidade constante de saber do futuro pode indicar:

- Ansiedade
- Insegurança
- Dificuldade em assumir responsabilidades
- Medo do novo ou de mudanças
- Necessidade de se resguardar

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