Cuidado!
Usar fones de ouvido na rua pode aumentar riscos de atropelamento
Utilizar os fones aumenta a desatenção do pedestre, que não ouve sons de buzinas e sirenes
O hábito de ouvir música, mais do que uma diversão, muitas vezes é considerado uma terapia. Principalmente nos acelerados e estressantes dias atuais. Porém, dependendo da forma e do momento em que o hábito é praticado, pode trazer riscos e malefícios. Principalmente se a música for ouvida com o uso de fones, em volume elevado e em pleno trânsito.
Especialistas garantem que pedestres nessas condições correm mais riscos de atropelamentos, pois normalmente não reparam em sons como buzinas, sirenes, freadas e a aproximação de veículos, além de naturalmente reduzir a atenção. Sem contar que muitas vezes, com os fones, as pessoas não percebem a aproximação de estranhos que não estão em seu campo de visão, aumentando os riscos a sua segurança pessoal.
Na última terça, no encontro das avenidas Paulo da Gama e Osvaldo Aranha, no Bairro Bom Fim, na Capital, em apenas cinco minutos, a reportagem visualizou oito jovens, todos estudantes da Ufrgs, atravessando a rua com fones nos ouvidos. A maioria disse que está acostumada a isso e que não teme acidente.
- Nunca tive problemas em relação a isso - garante Marina Dredes, 18 anos.
Tranquilidade semelhante é demonstrada por Thaís Santos da Costa, também de 18 anos:
- Nunca parei para pensar no assunto - diz.
Roberta Nucci, 20 anos, vai além:
- Difícil é eu conseguir não usar os fones. A exceção de quando estou trabalhando ou estudando, estou sempre com fones - admite.
Já a estudante Aline Oliveira, 27 anos, não se sente totalmente segura com a utilização de fones de ouvido na rua. Por isso, adotou uma estratégia.
- Ouço música em volume baixo e uso o fone em um ouvido só - conta ela.´
Sua forma de pensar e agir é recomendada pelo agente de fiscalização Eduardo Steinmetz, que está lotado no setor de Educação Para o Trânsito da EPTC:
- O fone de ouvido está muito relacionado à desatenção. Se for usado na rua, é preciso redobrar a atenção. Isso vale para o pedestre e para o ciclista, principalmente.
De acordo com Eduardo, muitos atropelamentos têm como causa principal a dispersão do pedestre.
- O motorista tem que cuidar muito, mas isso não exime o pedestre de responsabilidade - avalia.