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Pescadores de Varzinha passam tradições natalinas de pai para filho

Localizada em Viamão, praia fica a 45km do centro da cidade

24/12/2014 - 14h22min

Atualizada em: 24/12/2014 - 14h22min


Morando entre terras vermelhas e dunas que margeiam a Lagoa dos Patos, um grupo de pescadores da praia da Varzinha, em Viamão, a 45km do Centro, faz questão de manter tradições natalinas compartilhadas por gerações. Isolados na área rural, onde a água vem do poço artesiano e o ônibus passa apenas três vezes ao dia, eles reúnem-se na véspera do Natal para celebrar a data com uma festa que pode durar até a noite de 25 de dezembro.
O
Diário Gaúcho acompanhou os preparativos para a celebração. Ali, longe da correria dos grandes centros, celebrar a vida e a amizade é mais importante do que qualquer presente.

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Amizade acima de tudo
Entre familiares e vizinhos, cerca de 50 pessoas da comunidade celebram o nascimento de Jesus com mesas fartas e abraços sinceros, como gostam de salientar. É na casa dos pescadores Mariana da Silva Moura, 25 anos, e Michel da Silva Ferreira, 28 anos, que a turma se reúne.
- Por estarmos distantes de tudo, somos muito unidos. Ainda damos bom dia uns para os outros e nos ajudamos. E no Natal o que importa é celebrar a união, independente de ser parente ou não - justifica Mariana, a mais empolgada.

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Laços ficam mais fortes
Um mês antes da data, grupo prepara um almoço para planejar a festa. Churrasqueiro oficial das celebrações, o pescador Dilson Fraga Ferreira, 56 anos, mais conhecido como Seu Ito, pai de Michel, conta que a tradição dos encontros é de família.
- Somos como uma irmandade e, no Natal, estes laços ficam ainda mais fortes. Quem passa pela frente da casa acaba se juntando a nós - garante.
Seu Ito é o mais temido entre os participantes da comemoração. Michel conta que o pai costuma aprontar brincadeiras com o amigo secreto na noite da entrega dos presentes. E também acaba sendo alvo delas.
O último a "sofrer" com as peripécias de Ito foi o vizinho Nedir Elias, 56 anos. No ano passado, ganhou esmalte, vestido, batom, sapato e calcinha do companheiro de pesca. A retribuição, promete, virá com outra brincadeira na noite das revelações.

Tradição passa de mãe para filha
Apesar da lida da pesca estar no sangue da maior parte dos participantes, a mesa do Natal será composta por 40kg de carne de ovelha, de porco e ripa assadas.
Ansiosa pela chegada da data, Mariana já embrulhou os presentes que serão entregues por ela, o marido e as duas filhas, Maria Eduarda, seis anos, e Nathália, oito anos. E ainda fez questão de lavar as toalhas de mesa com o tema e, até, de dar uma geral na parede do alpendre para colocar os enfeites de Natal. Será neste espaço que ocorrerá o amigo secreto.
A preparação do ambiente é feita ao lado das filhas, com o objetivo de contagiá-las com o espírito natalino.
- Quando criança, adorava fazer isso junto com a minha mãe, e quero que continue com as minhas meninas - afirma Mariana.

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Votos de amor, paz e alegria
No sábado passado, parte do grupo se reuniu para acertar os últimos detalhes antes da celebração. Foi a hora de Seu Ito e Michel verificarem as condições das duas churrasqueiras improvisadas, de Mariana concluir os enfeites da casa e de a família embrulhar os últimos pacotes.
A festa dos pescadores tornou-se tão tradicional que os familiares de Mariana e Michel, moradores de Porto Alegre e do Centro de Viamão, virão especialmente para a noite natalina.
- Independente de estarmos na cidade ou na área rural, fazemos de tudo para manter esta união e cultivar o momento do nascimento de Jesus com muito amor, paz e alegria em família. Natal é isso!

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