Opinião
Antônio Carlos Macedo: adição de álcool na gasolina vai aumentar gasto na hora de abastecer
Gasto maior ainda
O governo decidiu aumentar a mistura de álcool na gasolina. O percentual deve passar de 25% para 27% a partir de 16 de fevereiro. A mudança, que só depende da palavra final da presidente Dilma Rousseff, era fortemente defendida pelas empresas de açúcar e etanol, como forma de aliviar a crise vivida pelo setor. A alteração vai reforçar o caixa dos usineiros, mas quem pagará a fatura, como sempre, será o consumidor. A razão é simples: o acréscimo de etanol vai diminuir o rendimento da gasolina, aumentando o consumo. Assim, mesmo com o preço mantido, o motorista terá que desembolar mais dinheiro por quilômetro rodado.
Como se não bastasse o reajuste de preços vigente desde domingo, decorrente do aumento de impostos sobre os combustíveis. Sem contar o impacto negativo nos motores, pois uma parcela significativa da frota brasileira usa apenas gasolina e não estaria tecnicamente preparada para absorver uma mistura tão grande de álcool. Pior ainda é ouvir que a adição só não subirá para 27,5% em respeito ao consumidor, na medida em que os equipamentos de aferição instalados nas bombas não têm precisão para meio ponto percentual. É muita hipocrisia. Se houvesse mesmo respeito ao consumidor, não venderiam gato por lebre. O aumento da mistura nem seria cogitado.
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Omissão ou incompetência
A corrupção na Petrobras não foi fato isolado. Como a Operação Lava-Jato vem demonstrando, o ataque aos cofres da estatal ocorreu de forma continuada. Tampouco foram roubados valores inexpressivos que pudessem ser mascarados em prestações de contas e balanços frios.
Bilhões de reais fazem a diferença e são notados em qualquer parte do mundo. Neste cenário, é preciso ser muito ingênuo para acreditar que a sangria ocorreu sem o conhecimento de gente graúda. Pelo que, existe ao menos um motivo para Graça Foster ser despachada do comando da empresa. Se sabia da trampa e não fez nada para impedir, olho da rua por omissão. Se não notou tanto dinheiro escorrendo pelo ralo, demissão por incompetência.
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