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Opinião

Antônio Carlos Macedo: aumento de 18,3% da passagem de ônibus não se justifica

06/02/2015 - 07h01min

Atualizada em: 06/02/2015 - 07h01min


Marcelo Oliveira / Agencia RBS
Manifestantes protestaram contra o aumento da passagem na quinta-feira (05)

Olho na passagem

Pouca gente lembra, mas a tarifa de ônibus em Porto Alegre chegou a custar R$ 3,05 entre março e abril de 2013. O preço foi praticado por pouco tempo. A intervenção do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e uma ação judicial patrocinada por vereadores do PSol fizeram o valor voltar aos R$ 2,85 praticados antes do reajuste. No meio do ano, após os protestos que levaram milhares de brasileiros às ruas, a prefeitura desonerou a tarifa do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), fazendo o preço cair mais R$ 0,05. O valor atual, de R$ 2,95, só passou a ser cobrado em sete de abril do ano passado, quando entrou em vigor o reajuste anual aprovado pelo município. O aumento aplicado foi de 5,6%. Mesmo assim, o preço ficou dez centavos abaixo dos R$ 3,05 definidos um ano antes.

Faço o retrospecto para que o porto-alegrense fique atento ao que pode acontecer nas próximas semanas. Se depender das empresas, a tarifa vai subir 18,3%, passando para R$ 3,49. Ora, se isso ocorrer, vamos ter um aumento quase três vezes superior à inflação oficial do ano passado. Mesmo que os gastos do setor tenham subido mais do que os índices inflacionários, eles precisam guardar relação com o reajuste de 2014. Se o percentual não chegou a 6% no ano passado, nada justifica um aumento três vezes superior agora.

Pedida tão alta passa a impressão de que as concessionárias, que nunca engoliram os descontos, querem tirar o atrasado. Que o prefeito Fortunati mantenha a coerência e não permita que isso aconteça, autorizando só o que for necessário e justo para compensar o aumento nos custos. Nenhum centavo a mais.

União de forças

Avança a proposta que prevê a criação do Parlamento Metropolitano, um fórum para reunir vereadores dos 34 municípios da Grande Porto Alegre. O objetivo é estabelecer um espaço capaz de discutir em conjunto os problemas e reivindicações comuns às cidades da região, como segurança, meio ambiente, transporte e saúde, por exemplo. A ideia, que vem sendo levada adiante pelo presidente da Câmara de Porto Alegre, Mauro Pinheiro (PT), merece mesmo ser apoiada. Na prática, os municípios da Região Metropolitana formam um único aglomerado urbano. Foi-se o tempo de cada um puxar a brasa para o seu assado. Hoje, mais do que uma alternativa, a união de forças em busca de soluções conjuntas virou necessidade inadiável para o progresso regional.


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