Não sair de casa tornou-se rotina para o estudante Jonathan Soares Oliveira, 15 anos, da Vila Jardim, em Porto Alegre. Com vergonha de um queloide gigante (um caso especial de cicatriz) na orelha esquerda e por não suportar as brincadeiras dos colegas da escola, o adolescente abandonou os estudos até fazer uma cirurgia pelo Sistema Único de Saúde. O problema é que a espera já dura dois anos.

Para piorar a situação, o procedimento com o cirurgião-plástico foi agendado pelo Hospital de Clínicas para a manhã de 17 de fevereiro deste ano. Porém, quando o jovem chegou à instituição foi informado que a cirurgia havia sido cancelada por ser Carnaval.

- Ninguém nos avisou. Jonathan entrou em depressão depois deste cancelamento - afirma a mãe, a diarista Iara Diogo Soares, 52 anos.

"É triste"

Apesar da remarcação para 7 de julho, Iara teme que um novo problema de agenda possa ocorrer. A maior preocupação da mãe é ver o filho escondido dentro de casa por temer ser motivo de piadas na rua.


Requisição da cirurgia. Foto: Fernando Gomes / Agência RBS

- Ele tinha esta marca na orelha desde pequeno, mas ficamos colocando pomadinha e achando que melhoraria. Só que cresceu muito. Passamos pelas consultas médicas no posto de saúde, no hospital e com o cirurgião. Quando achamos que tudo se resolveria, voltamos à estaca zero. Como mãe, é triste não conseguir fazer nada pelo filho - desabafa Iara.

Clínicas explica

A assessoria de imprensa do Hospital de Clínicas informou que na data prevista para a cirurgia de Jonathan a equipe estava reduzida e houve cirurgias de emergência. Por isso, o caso do jovem, que não é considerado de urgência, precisou ser transferido. A assessoria ainda reforçou que a nova data da cirurgia, já informada à família, permanecerá sem alteração.

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