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Antônio Carlos Macedo: será que a EPTC não precisa refazer suas contas?

Colunista do Diário Gaúcho questiona a empresa responsável pelo trânsito de Porto Alegre sobre acréscimo na tarifa do ônibus para instalação de ar-condicionado

19/03/2015 - 21h51min

Atualizada em: 19/03/2015 - 21h51min


Fernando Gomes / Agencia RBS

Se 23% da frota de ônibus de Porto Alegre já tem ar-condicionado, significa que as empresas proprietárias desses veículos estão abrindo mão de parte do seu lucro? A pergunta foi enviada pelo ouvinte Gilberto Saugen, diante da alegação da EPTC de que a instalação obrigatória de ar-condicionado em todos os ônibus, conforme lei aprovada pela Câmara, implicará aumento de 13 centavos na tarifa. O questionamento é procedente. Afinal, as viagens refrigeradas não rendem um centavo a mais para as empresas. Com ou sem ar, o preço da passagem é o mesmo. No mundo capitalista e competitivo de hoje, é duro acreditar que as concessionárias estão agindo como boas samaritanas, aceitando matar o prejuízo no peito apenas para garantir maior conforto aos usuários. Será que a EPTC não precisa refazer suas contas?

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Emergências superlotadas

No passado, as emergências dos hospitais de Porto Alegre só lotavam em dois períodos do ano: no inverno, por conta das doenças respiratórias, e no verão, devido aos casos de desidratação infantil. Com o passar do tempo, o excesso de pacientes virou rotina. O descontrole chegou a tal ponto que o quadro passou a ser definido como superlotação. Nesse contexto, a situação mais preocupante é a do Hospital de Clínicas. Depois de duplicar e triplicar o número de atendimentos, sua emergência abriga hoje quase quatro vezes mais pacientes que o número de vagas disponível. A situação é desumana não só para os pacientes e seus familiares. Médicos, enfermeiros e demais funcionários também sofrem, devido ao excesso de trabalho. Mas o pior de tudo é ver que o quadro já não sensibiliza mais ninguém. A própria sociedade já encara como normal a demora no atendimento e a dificuldade de acomodação. Tem gente que, com razão, se escandaliza com a superlotação dos presídios, mas não diz uma palavra sobre o drama dos doentes, muitos deles idosos e com doenças graves, obrigados a passar dias em macas ou cadeiras.

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