Opinião
Antônio Carlos Macedo: desmatamento no Morro São Pedro me preocupa
Colunista do Diário Gaúcho teme o futuro do Extremo-Sul de Porto Alegre, que está com sua vegetação nativa sob ameaça
Tenho grande preocupação com o futuro do Extremo-Sul de Porto Alegre, por se constituir na última reserva natural da Capital. Sua vegetação nativa forma uma área verde de extrema importância para o meio ambiente regional. Com flora e fauna abundantes, sua biodiversidade é um patrimônio que precisa e deve ser preservado.
Infelizmente, não é o que está acontecendo. Um dos pontos ameaçados é o Morro São Pedro, o maior da cidade. Conforme denúncia feita por moradores em reunião da Comissão de Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara de Vereadores, o desmatamento provocado por motociclistas e grileiros é crescente. No caso das motos, o estrago resulta das trilhas realizadas sem qualquer controle ambiental. São utilizados veículos potentes, que devastam espaços reservados aos animais e à vegetação. Já os grileiros incentivam o avanço irregular da indústria da construção, provocando a retirada de mata nativa. Com a proteção natural reduzida, aumentaram os alagamentos nas ruas e avenidas próximas ao morro. A escassez de policiamento e de fiscalização municipal contribuem para a continuidade dos problemas.
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O caso do Morro São Pedro não é único. A devastação atinge vários pontos da zona sul de Porto Alegre. Aumentar o controle ajuda, mas é uma solução paliativa. O que a região precisa é de proteção legal, com a criação de mais Áreas de Proteção Ambiental (Apas) e o retorno da região à condição de área rural. São questões que a própria Câmara dos Vereadores precisa encaminhar com rapidez, antes que a ganancia econômica e a falta de cidadania comprometam definitivamente o que resta de natureza em Porto Alegre.
Trens novos
Em quase 30 anos de funcionamento, raros foram os problemas mais sérios envolvendo o funcionamento das velhas composições japonesas da Trensurb. Ao contrários, a nova frota mal entrou em operação e já tivemos um descarrilamento que só não teve consequências mais graves porque o vagão acidentado não conduzia passageiros. Mera coinciência ou fruto de obsolescência programada, também já não fabricam trens fortes e seguros como antigamente?
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