Que a situação financeira do estado é grave, não se discute. O déficit entre despesa e arrecadação é assustador, o que torna compreensível a linha dura nos gastos determinada pelo governador José Ivo Sartori. Os números da crise estão detalhados no portal do Piratini na internet. Mesmo assim, o governo decidiu detalhar a situação às comunidades do Interior, através da chamada Caravana da Transparência, o que é elogiável. Em geral, governantes gostam apenas de mostrar coisas boas. Poucos têm a coragem de dar a cara para bater nos momentos de dificuldade.

Mas uma coisa é ser transparente e saber lidar publicamente com notícias ruins. Outra, bem diferente e nada recomendável, é permitir o vazamento de suposições sobre o futuro, especialmente quando elas envolvem o funcionalismo. Primeiro, foi a série de ameaças sobre o parcelamento dos salários em março, o que acabou não acontecendo. Agora, é a divulgação de informações sobre um provável adiamento dos reajustes acertados com os servidores da segurança pública para este ano.

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Clima de insegurança

Longe de ser uma atitude transparente, essas especulações servem apenas para criar um clima de insegurança para milhares de famílias gaúchas. Especular sobre coisa tão séria e delicada como o sustento das pessoas não vai colocar um centavo extra no caixa do Estado. Ao contrário, serve apenas para gerar desânimo e insatisfação no momento em que a máquina pública, em razão do corte nos investimentos, mais necessita de produtividade para dar conta dos serviços prestados à população. Pelo que, o mínimo que se espera é que o governador determine o fim da boataria, exigindo que seus secretários e assessores cometem e divulguem apenas fatos concretos e bem determinados de agora em diante.

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